GERAL
Brasileira concorre a prêmio no Festival de Documentário de Amsterdã
Publicado em
02/11/2023por
Da RedaçãoAo final de um labirinto sensorial, há duas salas. Na primeira delas, toda branca, encontra-se o quadro A Redenção de Cam, uma pintura feita pelo espanhol Modesto Brocos em 1895, quando ele já estava radicado no Brasil. Nesta sala também é apresentado um vídeo com imagens de arquivo mostrando que o país já abrigou um projeto de eugenia (teoria de que seria possível criar seres humanos melhorados a partir do controle genético). Já na segunda sala, que simula uma mata fechada, toda escura, um filme é projetado entre os reflexos de um pequeno lago questionando o projeto racista de branqueamento da população que esteve em curso no país.
Essa instalação imersiva, poética e crítica sobre a história brasileira, criada pela roteirista e documentarista Mariana Luiza, chama-se Redenção e é o único projeto brasileiro selecionado para a categoria competitiva de documentários imersivos do Festival Internacional de Documentário de Amsterdã (IDFA), que é considerado o maior festival de documentários do mundo. Essa experiência imersiva ficará disponível na galeria de arte LNDWStudio. Neste ano, o festival está marcado para o período de 10 a 19 de novembro.
Em entrevista à Agência Brasil, Mariana Luiza conta que tem estudado o projeto de branqueamento do país e que isso surgiu por um questionamento familiar. “Eu sempre trabalhei com identidade e pertencimento porque eu sempre fiquei num limbo de não saber, não entender direito o que eu era, qual era a minha identidade racial. Sou uma pessoa miscigenada: eu tenho irmão branco, um pai branco e uma mãe mestiça que nem eu. Isso foi me levando a questionar por que eu não conseguia entender quem eu era.”
Esse questionamento se fez mais forte quando a documentarista observou duas fotos de sua avó Divina: uma delas, uma foto de época, original, em que se nota o cabelo crespo e a pele negra (à direita na imagem ao lado). A outra, um retrato de sua avó que depois ela coloriu com aquarela e se pintou com a pele branca e o cabelo ondulado (à esquerda). “Minha avó se achava branca e queria que a gente fosse branco”, lembra. “O que me chamou muita atenção é que eu vivi com essa foto da minha avó a vida inteira e eu nunca tinha percebido que ela tinha se pintado de branco. Isso para mim foi o mais chocante”, relata.
Foi desse processo pessoal, quando teve a percepção de que sua avó era negra, mas não se via como tal, que ela começou a pesquisar sobre qual era o papel do Estado brasileiro na criação da identidade nacional. “Existia, de fato, um projeto para branquear o Brasil e isso aconteceu desde a Independência. Vinha-se atraindo colonos alemães ou europeus para branquear o Brasil desde a Independência. Mas a partir do final do século 19 e início do século 20 é que isso teve uma explosão maior no Brasil. Nessa época também estavam surgindo as pseudociências de eugenia, que foi culminar no nazismo na Alemanha, por exemplo. No Brasil, isso apareceu de uma forma diferente porque o país já era muito miscigenado. Não funcionaria para a nação simplesmente apartar brancos e negros, porque não dava: a maioria da população já era mestiça. Então, a ‘solução’ encontrada pelos eugenistas para resolver esse problema seria branquear gradativamente [a população].”
Redenção
Esse projeto de branqueamento gradativo ou de extermínio da raça negra é o que se vê na pintura A Redenção de Cam, de Modesto Brocos. A tela mostra uma avó negra, uma mãe mestiça e um pai branco olhando para seu bebê, de pele clara.
Essa pintura, que faz parte do acervo do Museu de Belas Artes (MNBA), no Rio de Janeiro, foi apresentada em 1911 no Congresso Universal das Raças, em Londres, como um símbolo da ideologia de branqueamento racial no Brasil. Nesse congresso, o médico João Batista de Lacerda (1846-1915) defendeu seu projeto de extermínio dos negros. “O negro passando a branco, na terceira geração, por efeito do cruzamento de raças”, disse ele, na ocasião.
Para mostrar ao mundo que o Brasil já teve um projeto de extermínio de parte de sua população, a brasileira vai apresentar um labirinto sensorial em Amsterdã para rediscutir e aprofundar reflexões sobre a pintura eugenista de Brocos.
“Nessa primeira sala [do labirinto], que é toda branca, você vai ver o quadro que a gente filmou fazendo um passeio nos detalhes”, descreve a documentarista. “Depois tem um vídeo de material de arquivo que explica o que foi esse projeto de nação. Então, a gente vai contando com documentos e com imagens como foi que o Brasil foi construindo esse ideal de um país, de uma Europa dos trópicos”, completa.
Ela também pretende mostrar que esse projeto foi vencido por uma resistência que sempre ficou escondida na história oficial, mas se fez presente pela força do movimento negro.
“Quando você termina o labirinto, haverá uma sala toda escura, com um lago e cheiro de mata. O que eu queria fazer era a mata como um ideal civilizatório, um projeto de civilização contra esse ‘progresso’ que não deu certo porque não é um progresso, não é um desenvolvimento. O filme se espelha na água para forçar as pessoas a olharem para o espelho d’água e, em vez de verem sua própria imagem, elas verão imagens de pessoas negras que estão resistindo a esse projeto”, conta.
Em seu vídeo projetado na água, uma réplica de A Redenção de Cam será queimada. “Queimar um quadro é também criar um novo símbolo”, destaca. “Queríamos pensar o fogo como esse elemento primordial da criação, mas também como um elemento de destruição para o renascimento. Então, o que a gente está querendo ali, simbolicamente, é destruir esse projeto de nação para que a gente tenha um projeto de pertencimento para todo mundo.”
Nesse labirinto de sombras e luzes, água e fogo, cheiros e imagens, Mariana Luiza quer instigar discussões. Entre elas, se caberia redenção a um país que já desejou exterminar seu povo. “Acho que não dá para redimir [o país], acho que é possível negociar. Não vamos conseguir destruir essa nação, mas negociar um projeto de nação que seja pertencente para todas as pessoas”, observa.
Fonte: EBC GERAL

GERAL
Agência Brasil é eleita a mais admirada em saúde, ciência e bem-estar
Published
5 horas atráson
05/12/2023By
Da RedaçãoA Agência Brasil foi eleita, nesta segunda-feira (4), a agência de notícia mais admirada pelo Prêmio Einstein +Admirados da Imprensa de Saúde, Ciência e Bem-Estar. A cerimônia de premiação ocorreu nesta segunda-feira (4) na capital paulista. O prêmio, que recebeu 180 indicações, é promovido pelo Hospital Israelita Albert Einstein, com o apoio da editora Jornalistas&Cia.
A Agência Brasil, da Empresa Brasil de Comunicação (EBC), foi selecionada ao lado da Agência Fapesp e da Agência Reuters, tendo recebido a premiação principal. Dois jornalistas da equipe também foram premiados. Vinícius Lisboa ficou em 5°lugar como mais admirado na categoria nacional. A jornalista Paula Laboissière foi escolhida como a mais admirada na Região Centro-Oeste.
O Radiojornalismo da EBC também foi contemplado. A jornalista Tâmara Freire está entre as mais admiradas na categoria nacional. Já o programa Ciência no Rádio, da Rádio MEC, foi um dos três destacados e representado na premiação por Dylan Araújo.
“Recebemos com muita alegria este reconhecimento, pois ele espelha o nosso compromisso diário com a comunicação pública. Sabemos da responsabilidade e do valor que tem o trabalho feito pelos veículos e pelos jornalistas da EBC, pois ele expande e democratiza o acesso às informações que promovem direitos para todas e todos os cidadãos. Momentos como este nos orgulham e nos desafiam a ir além com o nosso jornalismo”, disse Cidinha Matos, diretora de Jornalismo da EBC.
Reconstrução
A gerente de jornalismo digital da EBC, Juliana Cézar Nunes, destacou o esforço feito pelos jornalistas e defensores da comunicação pública para confrontar o negacionismo científico e retomar o compromisso da EBC com a saúde, a ciência e o bem-estar. “E porque não dizer com o bem-viver, um entendimento de matriz africana com o qual ainda temos muito a aprender”, propõe.
“Os jornalistas da EBC passaram quatro anos trabalhando sob sérias restrições à cobertura da pandemia, das demandas de financiamento da ciência brasileira e das desigualdades de gênero, raça, etnia e orientação sexual. Receber este reconhecimento, em um momento em que estas pautas ganham especial relevância na Agência Brasil, é muito especial”.
Os desafios da pandemia de covid-19 também foram lembrados por Débora Pratali, diretora de Comunicação do Einstein. “A boa informação salva vidas”, destacou, reforçando o papel do prêmio em reconhecer e estimular a comunicação em saúde. Esta foi a primeira edição presencial após a pandemia.
“Ter esse reconhecimento no meio de tantos profissionais brilhantes e que me inspiram nesse momento, em que estamos reconstruindo a comunicação pública a partir de escombros, dá a sensação de ver ao menos um cômodo pronto”, disse, ao receber a premiação, Vinícius Lisboa.
“Todo esse reconhecimento renova a nossa motivação e o nosso compromisso com a comunicação pública, com uma cobertura jornalística correta, que contribui no combate às fake news e que tem como objetivo maior levar informação de qualidade e confiável aos nossos leitores”, declarou Paula Laboissière.
Fonte: EBC GERAL
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Prefeito de Maceió apresenta levantamento de danos ao governo federal
Published
8 horas atráson
04/12/2023By
Da RedaçãoO prefeito de Maceió, João Henrique Caldas (JHC), esteve nesta segunda-feira (4) em Brasília para apresentar um levantamento da situação da capital alagoana por causa do iminente colapso da mina nº 18 da Braskem, no bairro do Mutange. Segundo o prefeito, os danos causados pela mineração estão pressionando a cidade por serviços de logística, educação, saúde e mobilidade urbana.
“Estamos trazendo o levantamento de todas as áreas afetadas para que o governo federal possa conhecer um pouco mais desses projetos que Maceió tem realizado para que, conjuntamente, possamos pensar em soluções. Claro que uma das principais necessidades sempre é a fonte de financiamento e, por mais que a prefeitura busque a reparação desses danos, ela jamais será suficiente, tamanha a demanda que teremos daqui por diante”, disse JHC.
O prefeito esteve em reunião com os ministérios do Desenvolvimento Social, Família e Combate à Fome, no Ministério da Integração e do Desenvolvimento Regional, do Turismo e da Aquicultura e Pesca, além da Agência Nacional de Mineração (ANM).
Após a reunião com o JHC, o ministro Wellington Dias informou que, diante da amplitude da emergência, o MDS vai priorizar o atendimento às pessoas em situação de vulnerabilidade, integrando as ações de acolhimento, abrigo e alimentação, além de atenção para as questões que envolvam a saúde física e mental das pessoas que precisaram deixar seus lares.
O prefeito também esteve com o presidente da Caixa, Carlos Vieira, para debater o financiamento de ações para reduzir o déficit habitacional da cidade. “A ideia é que se crie um grupo de trabalho para acompanhar as demandas e desenvolver as melhores estratégias para ajudar Maceió nessa reconstrução”, explicou o prefeito.
Na semana passada, o governo federal autorizou o reconhecimento do estado de situação de emergência em Maceió pelos danos causados em razão do afundamento do solo na cidade. Com o reconhecimento federal, a prefeitura está apta a solicitar recursos para ações de assistência humanitária.
CPI
O prefeito de Maceió também esteve hoje com o presidente em exercício do Senado, Rodrigo Cunha (Podemos-AL). Em entrevista após o encontro, o senador disse ser favorável a tirar do papel a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) voltada a investigar a responsabilidade da empresa petroquímica Braskem sobre os danos da extração de sal-gema do subsolo de Maceió.
No entanto, Cunha disse que a proposta da CPI nasceu de forma viciada, citando ligações do senador Renan Calheiros (MDB-AL), autor do requerimento de criação da comissão, com a Braskem. “A CPI pode e deve ir para a frente, mas sem a figura que vicia e contamina todo o processo investigatório”, ponderou o presidente em exercício.
Procurado pela Agência Brasil, por meio de sua assessoria de imprensa, Calheiros não quis comentar as declarações de Cunha. Nas redes sociais, o senador pede uma CPI “técnica e objetiva, para averiguar com base nos documentos a responsabilidade jurídica nas reparações”.
Alerta máximo
Nesta sexta-feira, a Defesa Civil de Maceió informou que o deslocamento vertical acumulado da mina da Braskem é de 1,80 metro e a velocidade vertical é de 0,26 centímetros por hora, apresentando um movimento de 6,3 centímetros nas últimas 24 horas. O órgão permanece em alerta máximo devido ao risco iminente de colapso da mina 18, que está na região do antigo campo do CSA, no Mutange.
“Por precaução, a recomendação é clara: a população não deve transitar na área desocupada até uma nova atualização da Defesa Civil, enquanto medidas de controle e monitoramento são aplicadas para reduzir o perigo”, diz a nota do órgão.
Fonte: EBC GERAL

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