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AGRONEGÓCIO

Cepea/Abiove diz que a agroindústria foi o grande motor do agronegócio em 2024

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Um levantamento do Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada) em parceria com a Abiove (Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais), mostrou que a agroindústria foi o grande destaque, com crescimento de 8,31%, ano passado. O valor gerado passou de R$ 81,3 bilhões para R$ 88 bilhões.

O principal motor desse avanço foi a indústria do biodiesel, que praticamente dobrou de tamanho. O valor produzido subiu de R$ 4,7 bilhões para R$ 10 bilhões — um salto de 110,56%. A indústria de rações também cresceu bem, saindo de R$ 10,6 bilhões para R$ 12 bilhões, alta de 13,73%. Já o processamento da soja, com esmagamento e refino, ficou estável, movimentando cerca de R$ 66 bilhões.

No campo, no entanto, o cenário foi mais difícil. A safra de soja somou 147,7 milhões de toneladas, segundo a Conab (Companhia Nacional de Abastecimento). Apesar de ser a segunda maior da história, a quebra de produtividade causada pelo clima prejudicou o desempenho geral da cadeia.

O valor total movimentado pela cadeia produtiva da soja e do biodiesel em 2024 foi de R$ 650,4 bilhões — R$ 22 bilhões a menos que no ano anterior, uma queda de 5,03%. A perda foi puxada, principalmente, pela redução na produção agrícola e na demanda por serviços ligados ao setor.

Mesmo assim, os pesquisadores destacam que o resultado é o segundo maior da história, ficando atrás apenas de 2023, quando o setor teve crescimento de 23%. Ou seja, apesar da retração, a cadeia segue forte e resiliente.

Outro ponto positivo é que, apesar da queda no PIB-renda de 3,27% em 2024, o setor ainda registra resultados melhores do que antes da pandemia. A recuperação dos preços da soja em grão, do óleo de soja e do biodiesel nos últimos meses ajudou a sustentar a renda dos produtores.

O estudo mostra que a soja processada dentro do Brasil gera muito mais valor do que a exportação do grão cru. Para cada tonelada de soja processada, o PIB gerado foi de R$ 8.108, enquanto para a soja exportada in natura, o valor ficou em apenas R$ 1.738 — 4,67 vezes menor.

Esses números reforçam a importância de incentivar o processamento interno, agregando mais valor à produção rural e gerando mais empregos.

O número de pessoas empregadas na cadeia produtiva caiu 3,2% em 2024, fechando o ano com 2,26 milhões de trabalhadores. A maior queda foi no setor de agrosserviços e na produção primária de soja, reflexo direto da quebra da safra.

Por outro lado, a agroindústria teve alta de 20,71% no número de ocupados, impulsionada pela expansão da produção de biodiesel, rações e pelo processamento de soja. Outro dado interessante é o aumento no número de trabalhadores com ensino superior, especialmente na indústria, indicando uma profissionalização cada vez maior do setor.

No comércio exterior, a cadeia da soja e do biodiesel exportou 124,1 milhões de toneladas em 2024, uma queda de 2,54% em volume. Em valor, a redução foi mais expressiva: queda de 19,69%. O total exportado caiu de R$ 385 bilhões em 2023 para cerca de R$ 309 bilhões em 2024.

A redução dos preços internacionais da soja, de 17,6%, foi o principal motivo para a queda no valor exportado.

Mesmo assim, a China continuou como principal compradora, levando 59% das exportações. A soja em grão representou 73,4% das compras chinesas, e o glicerol, 78,7%. Já o óleo de soja foi mais direcionado para a Índia, e o farelo teve a União Europeia, o Sudeste Asiático e o Oriente Médio como principais destinos.

Entre os produtos, o farelo de soja foi o único a registrar crescimento no volume exportado, subindo 2,94%.

Com a quebra da safra, o Brasil precisou importar mais soja e subprodutos para atender à demanda interna. As importações da cadeia cresceram 338,09% em 2024, mostrando que, mesmo sendo um dos maiores produtores do mundo, a falta de grão no mercado interno exige atenção.

O ano de 2024 deixou lições importantes para o produtor rural brasileiro. A industrialização da produção e a diversificação dos produtos, como o biodiesel e a fabricação de rações, mostraram ser caminhos promissores para agregar valor e proteger a renda.

Além disso, ficou claro que investir em tecnologia, qualificação da mão de obra e gestão eficiente da propriedade são estratégias fundamentais para enfrentar anos difíceis como o que passou.

Mesmo com os desafios, o setor segue firme, sendo peça essencial para o agronegócio brasileiro, representando 23,8% do PIB do agro e 5,5% do PIB nacional em 2024.

O futuro reserva boas oportunidades para quem investir em inovação, qualidade e processamento. A força da soja e do biodiesel continua sendo um dos motores do crescimento rural no Brasil.

Fonte: Pensar Agro

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AGRONEGÓCIO

Infraestrutura portuária emperra exportações do café brasileiro

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Mesmo fora do pico da safra, o Brasil deixou de embarcar mais de 737 mil sacas de café em abril deste ano por conta de entraves logísticos, segundo levantamento do Conselho dos Exportadores de Café do Brasil (Cecafé).

O prejuízo direto com armazenagem adicional chegou a R$ 6,6 milhões — mas o impacto é muito maior. A impossibilidade de escoamento representou perda de US$ 328,6 milhões (ou R$ 1,9 bilhão) em receita cambial que o país deixou de arrecadar no mês.

A situação escancara um problema crônico: a infraestrutura portuária nacional, especialmente nos principais corredores de exportação, não acompanha o ritmo da produção agrícola. Desde junho de 2024, os exportadores associados ao Cecafé já acumulam R$ 73,2 milhões em custos logísticos extras — reflexo de terminais saturados, gargalos operacionais e morosidade nos investimentos públicos.

Segundo a entidade, mesmo com menor volume de cargas nos terminais, típico da entressafra para produtos como o café, os problemas persistem. Isso aponta não para excesso de demanda, mas para deficiência estrutural. E quem sente o baque não são apenas os exportadores: o produtor rural também paga a conta.

O Brasil é um dos países que mais repassa ao cafeicultor o valor obtido com as exportações. Em média, neste ano, 88,3% do preço FOB é transferido aos produtores de café arábica e 96,5% aos de canéfora. Quando o café não sai do porto, a renda também não chega ao campo.

Eduardo Heron, diretor técnico do Cecafé, afirma que o problema é sistêmico e que os anúncios de investimentos — como o leilão do Tecon Santos 10, a concessão do canal marítimo, o túnel Santos-Guarujá e a nova descida da Anchieta — são bem-vindos, mas lentos. “Essas melhorias devem levar cerca de cinco anos para sair do papel. A ideia de restringir a participação no leilão do Tecon Santos 10, por exemplo, pode judicializar o processo e agravar os atrasos”, alerta.

O café é apenas um símbolo de um problema mais amplo. A cadeia agroexportadora, que inclui desde grãos e carnes até fibras e frutas, depende de um sistema logístico eficiente para se manter competitiva no mercado internacional. Enquanto as soluções não chegam, o agronegócio brasileiro, que responde por boa parte do superávit comercial do país, segue enfrentando uma realidade em que o campo colhe, mas o porto não entrega.

Fonte: Pensar Agro

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AGRONEGÓCIO

VBP da agropecuária deve ultrapassar R$ 1,5 trilhão em 2025

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O Valor Bruto da Produção (VBP) agropecuária do Brasil deve alcançar R$ 1,53 trilhão neste ano, com alta de 13,1% em relação a 2024. A projeção foi divulgada nesta terça-feira (20.05) pela Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA). O número é superior ao previsto no mês passado, quando a entidade estimava um faturamento de R$ 1,51 trilhão.

A agricultura deve puxar esse crescimento, com previsão de R$ 1 trilhão em faturamento — valor 13,1% maior que o registrado em 2024. Entre os produtos, o milho se destaca, com crescimento estimado de 35,4% e VBP de R$ 173,6 bilhões. O bom desempenho é atribuído tanto à produção quanto aos preços praticados.

Outro destaque é o café, principalmente o robusta, que deve ter alta de 93,4% no VBP, seguido pelo arábica, com crescimento de 63,7%. Além da valorização dos preços, a previsão de uma safra mais favorável ajuda a explicar os números.

Outros produtos importantes para o campo também aparecem nas projeções da CNA:

  • Soja: R$ 367,9 bilhões (+10,1%);

  • Cana-de-açúcar: R$ 104,8 bilhões (-1,2%);

  • Pluma de algodão: R$ 35,8 bilhões (+4,3%);

  • Laranja: R$ 23,1 bilhões (-2,1%).

Na pecuária, o crescimento estimado é de 12,9%, com VBP previsto de R$ 520,3 bilhões. Carne bovina e ovos devem liderar esse avanço. A carne bovina pode alcançar R$ 252,2 bilhões em faturamento, com alta de 19,5%, enquanto os ovos devem ter um salto de 22,9%, somando R$ 29,2 bilhões. Leite, frango e carne suína também devem registrar crescimento, ainda que em ritmo mais moderado:

  • Leite: R$ 101,1 bilhões (+3,3%);

  • Carne de frango: R$ 92,5 bilhões (+7,5%);

  • Carne suína: R$ 45,1 bilhões (+7,7%).

Segundo a CNA, o VBP reflete o faturamento bruto das atividades agropecuárias dentro das propriedades rurais, calculado a partir da produção e dos preços reais médios (deflacionados pelo IGP-DI) recebidos pelos produtores em todo o país.

Com esse cenário, o setor agropecuário brasileiro segue como um dos principais motores da economia nacional, impulsionado por bons preços e produção consistente, apesar dos desafios climáticos e de mercado.

Leia aqui o comunicado técnico completo.

Fonte: Pensar Agro

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