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ARTIGOS & OPINIÕES

Cibersegurança, uma questão de consciência

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Por Nadia Gonzalez*

Estamos imersos em uma era em que o digital faz parte do nosso dia a dia e fica evidente a necessidade de medidas robustas de cibersegurança. Embora as ameaças mais antigas já fossem significativas, elas eram muito diferentes dos sofisticados ataques cibernéticos de hoje. As ameaças cibernéticas evoluíram de e-mails fraudulentos mal redigidos para ataques a sistemas críticos de negócios ou estaduais, ataques de ransomware (sequestro de dados) e tecnologias deepfake.

À medida que nossa dependência da infraestrutura digital cresceu, a criatividade e o desenvolvimento dos cibercriminosos também cresceram. Informações pessoais e financeiras, propriedade intelectual e até infraestruturas nacionais críticas tornaram-se alvos atraentes. Esse ambiente dinâmico exigiu uma evolução constante de nossas estratégias de cibersegurança.

Embora as ameaças estejam se tornando cada vez mais complexas, as bases de uma segurança cibernética robusta permanecem baseadas em algumas práticas eficazes. À medida que estamos à beira do que poderia ser outra revolução digital, com a proliferação de dispositivos IoT e redes 5G ou 6G, nossa responsabilidade de estar ciente da cibersegurança nunca foi tão primordial.

Nesse sentido, a Agência de Segurança Cibernética e Infraestrutura (CISA) introduziu uma abordagem renovada. Com o lema oficial “É fácil ficar protegido online”, a agência enfatizou quatro passos fundamentais que todos devemos integrar nas interações e torná-los hábitos importantes que devemos adotar ao longo do ano.

Primeiro, em vez de depender apenas de senhas tradicionais, considere métodos sem senha para maior segurança. Esses métodos eliminam a necessidade de os usuários lembrarem senhas complexas e reduzem o risco de vulnerabilidades relacionadas a senhas.

Da mesma forma, a ativação da Autenticação Multifator (MFA), especialmente em plataformas essenciais, como e-mail, portais financeiros e contas de mídia social, reduz a probabilidade de acesso não autorizado. Quando possível, use aplicativos de autenticação ou tokens de hardware para fortalecer ainda mais a segurança.

A CISA garante que as tentativas de phishing, seja através de e-mails, mensagens de texto ou chamadas, continuam a ser um ponto-chave de preocupação e uma atitude cautelosa deve ser tomada em relação a contatos digitais não solicitados e abster-se de compartilhar dados confidenciais, a menos que seja necessário.

E por fim, recomenda que seja necessário garantir que os dispositivos e aplicativos sejam constantemente atualizados e mantenham as versões mais atuais, seja o sistema operacional, a ferramenta antivírus, o navegador ou outro software.

Após fechar outubro: o Mês da Conscientização em Cibersegurança 2023, é importante lembrar que devemos estar atentos e agir de forma decisiva para nos protegermos ainda mais em uma era em que interagimos constantemente com as plataformas digitais.

 

*Nadia Gonzalez, Vice-Presidente da Thales para a América Latina

Sobre Thales

A Thales (Euronext Paris: HO) é líder global em tecnologias avançadas em três domínios: Defesa e Segurança, Aeronáutica e Espaço e Identidade Digital e Segurança. Desenvolve produtos e soluções que ajudam a tornar o mundo mais seguro, mais verde e mais inclusivo. O Grupo investe perto de 4 bilhões de euros por ano em Pesquisa e Desenvolvimento, particularmente em áreas-chave como tecnologias quânticas, Edge computing, 6G e cibersegurança. A Thales tem 77.000 funcionários em 68 países. Em 2022 o Grupo gerou vendas de 17,6 bilhões

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O AVAL brasileiro ao DITADOR MADURO

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Por Ives Gandra*

 

O Ditador Nicolás Maduro assumiu o terceiro mandato como presidente da Venezuela na Assembleia Nacional, em Caracas, em 10/1. Líder chavista tomou posse em meio a contestações sobre resultado eleitoral e tensão com a oposição.

A eleição venezuelana, realizada em julho do ano passado, teve o resultado contestado pela população, com repercussão internacional. Pela cópia das atas distribuídas, correspondentes a 80% das urnas apuradas, demonstraram uma esmagadora vitória do candidato oposicionista Gonzalez, com aproximadamente 2/3 dos votos do povo da Venezuela. Isto é fato inequívoco e comprovado.

Tais cópias das atas eram distribuídas aos que estavam fiscalizando as eleições pela oposição. Quando o ditador Maduro percebeu a inviabilidade de uma vitória sua, suspendeu as apurações, a entrega das cópias das atas e se autodeclarou vitorioso, sem exibir as atas de apuração final e sem, até hoje, ter tido a coragem de exibi-las.

Pelas cópias em mãos da oposição, mesmo que o referido tiranete tivesse todos os votos dos outros 20%, já teria perdido com os primeiros 80% dos votos apurados na eleição.

Apesar dos protestos da população que povoou as ruas de Caracas e outros Municípios, Maduro decidiu persegui-los, prendê-los e conseguiu dos Poderes subordinados, a homologação da fraude, tomando posse para um novo mandato que não conquistou nas urnas, mas exclusivamente com o apoio de seus asseclas espalhados pelos diversos escalões da administração do país.

Todas as nações democráticas denunciaram a fraude, não reconhecendo sua inexistente vitória. O próprio presidente Lula declarou que sem a exibição das atas não poderia reconhecer a vitória, tendo sugerido uma nova eleição.

Ocorre que, curiosamente, o governo brasileiro enviou sua embaixadora à posse, o que, a meu ver, representou o reconhecimento da farsa venezuelana.

As nações democráticas, como por exemplo Argentina, Estados Unidos e Chile, não foram à posse do fraudulento auto outorgado presidente e somente as ditaduras tiveram expressiva presença na degradante solenidade.

Tenho a impressão que a esmagadora maioria da população brasileira considera Maduro um criminoso, como aliás assim o condenou o Tribunal Penal Internacional e, à evidência, não está de acordo com a presença da embaixadora brasileira, avalizando a posse do ditador.

O que mais me preocupa, todavia, é que a imagem do Brasil no concerto internacional fica desfigurada. Já pagamos um preço elevado, por pretendermos encerrar a guerra da conquista da Rússia contra a Ucrânia, aceitando uma paz que representaria a cessão de 20% do território ucraniano às forças invasoras. Pior ainda, é o apoio indireto dado aos próprios terroristas do Hamas e Hezbollah, que pretendem eliminar o Estado de Israel, que teve na figura do brasileiro Oswaldo Aranha, em 1946, o seu artífice para a criação.

É, por outro lado, inequívoco o apoio à ditadura cubana cujos empréstimos feitos pelo Brasil, à época da direção de seu partido, continuam sem ser pagos, como aqueles também à Venezuela. E a busca do Brasil de optar, não pelo mundo democrático ocidental, mas pelo mundo oriental no “sul global” sob o comando da China é outra opção, a meu ver também equivocada.

Creio que nunca a diplomacia brasileira, que desde Rio Branco foi um exemplo para o mundo, foi tão desfigurada por conta das opçõesdeste governo.

Com todo o respeito que sempre tive por todos os presidentes brasileiros e que tenho pelo presidente Lula, creio que estamos trilhando rotas incertas e inseguranças, que poderão prejudicar o desenvolvimento nacional e o futuro do país.

*Ives Gandra da Silva Martins é professor emérito das universidades Mackenzie, Unip, Unifieo, UniFMU, do Ciee/O Estado de São Paulo, das Escolas de Comando e Estado-Maior do Exército (Eceme), Superior de Guerra (ESG) e da Magistratura do Tribunal Regional Federal – 1ª Região, professor honorário das Universidades Austral (Argentina), San Martin de Porres (Peru) e Vasili Goldis (Romênia), doutor honoris causa das Universidades de Craiova (Romênia) e das PUCs PR e RS, catedrático da Universidade do Minho (Portugal), presidente do Conselho Superior de Direito da Fecomercio -SP, ex-presidente da Academia Paulista de Letras (APL) e do Instituto dos Advogados de São Paulo (Iasp).

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De ar-condicionado em postes ao buraco na frente da sua casa: há poder nas indicações legislativas?

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Uma newsletter com histórias, pensamentos e indicações sobre temas ligados ao Poder Legislativo, política e afins.

De ar-condicionado em postes ao buraco na frente da sua casa: há poder nas indicações legislativas?

Por Gabriel Lucas Scardini Barros*

Um vereador do município paulista de Fernandópolis fez uma indicação ao prefeito sugerindo a instalação de aparelhos de ar-condicionado nos postes de energia elétrica da cidade. Esta é a notícia.

Como a Quinze por Dia é escrita por um cuiabano, não falta simpatia pela ideia de aparelhos de ar-condicionado nos postes para deixar a cidade mais fresca.

Mas você sabe o que é uma indicação legislativa?

O Glossário do Congresso Nacional explica que se trata de espécie de proposição pela qual o parlamentar sugere a outro Poder a adoção de providência, a realização de ato administrativo ou de gestão, ou o envio de projeto sobre matéria de sua iniciativa exclusiva.

Em outras palavras, a indicação é um tipo de proposta aprovada em plenário, mas que não se transforma em lei — uma proposição não normativa.

Ou seja, é algo que se afasta da função principal do Poder Legislativo, que é o ato que batiza o poder, a elaboração de normas.

Não leve a mal: a existência de uma sugestão formal aprovada pelo parlamento tem um grande aspecto de representação.

Mesmo que, na maioria das vezes, a autoridade que recebe a indicação não a responda, é uma forma de o parlamentar dizer: “Olhem para isso!”.


É consenso que o Legislativo deve ir além de legislar.

A representação também ocorre por meio das indicações, pois os parlamentares são muitas vezes o elo entre as demandas populares e o Executivo. Eles têm a sensibilidade para filtrar essas demandas e, por meio das indicações, trazem luz às prioridades da sociedade.

O professor Kildare Gonçalves Carvalho, na sua obra Técnica Legislativa: Legística Formal, menciona outras funções do legislativo, como:

  • função mobilizadora do consenso popular: atuação na mobilização popular para as políticas defendidas e executadas pelo Executivo. Aqui, o Legislativo tem papel fundamental na paz social e na articulação de interesses em um sistema político mais aberto;
  • função informativa: consiste em receber e divulgar fatos sobre diferentes regiões e segmentos sociais, diminuindo a distância entre o centro do poder e os cidadãos.

As indicações legislativas são ótimos instrumentos para essas funções. Elas ajudam a criar narrativas e associam o parlamentar a temas ou obras.

Por exemplo: o prefeito asfaltou uma rua, e o vereador resgata uma indicação feita cinco anos antes para mostrar que já havia pedido por essa obra.

Por outro lado, não há garantias de que as indicações sejam atendidas. Isso porque não há uma relação direta entre o interesse público percebido pelo Executivo e o indicado pelo Legislativo.

Ainda assim, as indicações podem ser ferramentas úteis na construção de acordos políticos e na representação simbólica das demandas populares.

Seja pedindo ar-condicionado nos postes ou asfaltamento de ruas, as indicações são mais do que meras sugestões: elas dão voz às prioridades da sociedade, mesmo que nem sempre recebam respostas do outro lado.

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Photo by Thomas Layland on Unsplash

Eu quero acreditar que nós, como brasileiros, reputamos muito ao governo e agimos pouco. Eu acho que nos ensinaram que nós devemos parar o carro no farol vermelho para não bater. Isso não é uma verdade. Nós paramos os nossos carros no farol vermelho para melhorar o trânsito da nossa cidade, e eu acho que é exatamente isso que falta nas nossas vidas. Alex Atala no Roda Viva.


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