A reativação do Centro Regional de Pesquisa e Transferência de Tecnologia da Empresa Mato-grossense de Pesquisa, Assistência e Extensão Rural (Empaer), na cidade de Cáceres, localizada a cerca de 216 quilômetros de Cuiabá, na Região Oeste de Mato Grosso foi a pauta da reunião da Comissão Especial para acompanhar o processo de mudanças, desativação e leilões de áreas e estabelecimentos de propriedade da Empresa Mato-grossense de Pesquisa, Assistência e Extensão Rural (Comissão da Empaer), realizada nesta quarta-feira (30), na Assembleia Legislativa.
A Sala de Reunião das Comissões Permanentes, deputada Sarita Baracat, ficou lotada de representantes da região, dentre eles, lideranças políticas, associações, produtores rurais, sindicatos, entidades públicas e agricultores que vieram pedir a reativação do espaço que até o momento se encontra com o futuro incerto. Para os participantes, o fechamento do Centro Regional de Pesquisa significa desemprego, falta de oportunidade para a agricultura familiar e um contrassenso, justamente pelo fato de ser um dos setores, que recebe mais investimento do governo do estado.
O presidente da Comissão, deputado Júlio Campos (União) disse que a “reunião virou uma audiência pública”, por conta do número de pessoass ouvidas e onde onde foram discutidas as situações que vêm ocorrendo na Empaer neste governo e em especial na gestão do atual presidente do órgão, Suelme Evangelista Fernandes.
Júlio explicou que no encontro foram feitos vários questionamentos em torno da desativação desse Centro de Tecnologia de Pesquisa lá da região de Cáceres, que é um local com muita produção de conhecimento, que possui equipamentos modernos, com pesquisas avançadas de várias espécies de categoria de produtos alimentares.
“Nos reunimos para tomarmos uma posição e exigir do governo a paralisação da desativação desse setor que é muito importante para a agricultura familiar da região Oeste. Os deputados desta Casa de Leis não podem deixar de reagir a essa decisão sem sentido, que está ocorrendo com uma rapidez muito grande no desmonte da Empaer”, assegurou Júlio.
Para o presidente do Sindicato dos Trabalhadores da Assistência Técnica, Extensão Rural e Pesquisa de Mato Grosso (Sinterp-MT), Gilmar Antônio Brunetto, que a situação é considerada uma verdadeira afronta à população da região.
“Contamos com o apoio dos deputados para a reconstrução desse importante lugar que atende agricultores familiares vulneráveis”, defendeu Gauchinho, acrescentando que é inconcebível Mato Grosso importar mais de 80% das frutas e até farinha de mandioca, que é uma cultura importante do estado. A Empaer de Cáceres desenvolve um papel fundamental na região como no caso da cultura da banana, responsável por plantação de mais de 300 mil mudas do tipo terra anã na região, com produção de cerca de 4 mil toneladas, gerando renda em torno de R$ 20 milhões por ano.
O diretor-geral do Instituto Federal de Mato Grosso (IFMT) de Cáceres, professor Reginaldo Antonio Medeiros, fez questão de destacar que é filho de produtor e que muitas vidas foram transformadas na região por conta da existência do Centro de Pesquisa Tecnológica, inclusive a dele.
“A Empaer, através deste espaço, transformou a minha vida e a vida da minha família oferecendo conhecimento, experiência, tecnologia e inovação para que nós pudéssemos alcançar o êxito e inclusive chegar onde cheguei. É importante estar aqui hoje para declarar apoio nesta luta”, declarou o diretor do IFMT.
Ao final do encontro, o deputado Wilson Santos (PSD) que é relator da comissão especial, lamentou a ausência de um representante do governo do estado, da Secretaria de Estado de Agricultura Familiar (SEAF) e da Empaer, para fazer o contraponto, trazer respostas às posições colocadas durante o debate, principalmente pelo pela diretoria do Sinterp-MT. ‘Mas nós vamos continuar aqui de pé, defendendo a extensão rural, de pé defendendo a pesquisa, porque é o último ombro que o pequeno agricultor ainda tem em Mato Grosso”, garantiu Wilson.
Convocação – A Comissão Especial da Empaercidiu convocar para a próxima reunião que ocorrerá em maio, o diretor-presidente da Empaer, Suelme Evangelista; a secretária de Agricultura Familiar de Mato Grosso, Andreia Carolina Domingues Fujioka e o vice-governador Otaviano Pivetta.
A Comissão também solicitou ao diretor da Empaer, a viabilização de toda a documentação referente a transferência do Centro Regional de Pesquisa e Transferência de Tecnologia da Empaer de Cáceres para a Universidade Estadual de Mato Grosso (Unemat) e também da transferência da Empaer de Várzea Grande para a administração da prefeitura do município.
O deputado estadual Thiago Silva (MDB) se reuniu nesta quarta-feira (14), com secretário de Estado de Educação, Alan Porto, para reforçar a sua cobrança para a retomada da obra da Escola Estadual Adolfo Augusto de Moraes, em Rondonópolis.
A primeira paralisação da obra ocorreu em 2016, após a empresa contratada estar envolvida em esquema de fraudes no escândalo da Operação Rêmora, deflagrada pelo Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado(Gaeco), do Ministério Público Estadual (MPE).
O governador Mauro Mendes (União) anunciou a realização do processo licitatório para a retomada da obra e, assim, a contratação ocorreu em setembro de 2022, porém a empresa não cumpriu o cronograma e interrompeu as atividades em 2023.
“Tivemos a boa notícia que a Seduc já atualizou o projeto e planilha orçamentária e estará encaminhando nos próximos dias a nova licitação para a posterior contratação da empresa que será responsável pela retomada da obra. Vamos seguir cobrando e fiscalizando para que o estado possa entregar uma obra de qualidade, moderna e atrativa para toda a comunidade escolar”, disse o deputado.
A unidade escolar, localizada no bairro Vila Aurora, é considerada uma das instituições mais tradicionais da rede pública de ensino, sendo uma das mais antigas de Rondonópolis. O espaço da unidade educacional foi construído em 1969, possuindo 56 anos na área do ensino.
Sete secretarias estaduais apresentaram as metas físicas previstas para o segundo semestre de 2024, durante audiência pública realizada na tarde desta quinta-feira (15) pela Comissão de Fiscalização e Acompanhamento da Execução Orçamentária da Assembleia Legislativa de Mato Grosso (ALMT).
Foram divulgados dados referentes às secretarias de Estado de Fazenda, Educação, Saúde, Infraestrutura e Logística, Agricultura Familiar, Ciência, Tecnologia e Inovação e Assistência Social e Cidadania. No período, as sete pastas executaram um total de 10 programas, 83 ações e 149 produtos.
Na área da Educação, foram destacados o repasse de cerca de R$ 138,3 milhões para alimentação de estudantes da educação especial e ensinos fundamental e médio; a entrega de seis novas escolas, oito quadras poliesportivas e 23 reformas e/ou ampliações; o andamento de 156 outras obras; e o aumento de 30 escolas cívico-militares.
Em relação às ações realizadas pela Secretaria de Estado de Fazenda (Sefaz), o secretário-adjunto do Orçamento Estadual, Ricardo Capistrano, afirmou que, em 2024, o governo do estado priorizou a modernização da estrutura da pasta, com investimentos em tecnologia e melhorias físicas nos postos fiscais, especialmente com recursos do Programa de Apoio à Gestão dos Fiscos do Brasil (Profisco). Ressaltou ainda as medidas voltadas à educação e cidadania fiscal, como o Nota MT, implementadas com o objetivo de garantir sustentabilidade fiscal e qualidade no gasto público.
O presidente da Comissão de Fiscalização, deputado estadual Carlos Avallone (PSDB), lembrou que o Orçamento Mulher surgiu por iniciativa da Assembleia Legislativa e cobrou maior participação do Legislativo na construção do documento.
Foto: GILBERTO LEITE/SECRETARIA DE COMUNICAÇÃO SOCIAL
“A Assembleia Legislativa teve um papel crucial, tanto na formatação inicial do grupo, quanto na definição da obrigatoriedade legal de apresentarmos o documento. Em 2025, nós entregaremos o relatório baseado no ano de 2024, com toda a execução, e retomaremos esse diálogo com o Parlamento para que possamos trazer a sua visão, enquanto representante da sociedade, para dentro da estrutura do documento e das demais iniciativas que ainda desenvolveremos no estado”, frisou Capistrano.
Avallone defendeu ainda o fortalecimento de políticas públicas voltadas à mulher. “Nós entendemos que, para que as mulheres tenham condições de igualdade, é preciso ter, por exemplo, mais creches, para que possam trabalhar. Existem 230 mil mulheres que estão em casa cuidando de filhos atípicos, idosos ou outros familiares. Então, temos que dar assistência para isso. Precisamos de escola em tempo integral. Nós ainda temos 32 mil jovens que não concluíram o ensino médio e um número grande de alunos fora do ensino fundamental, situações que precisamos resolver”, salientou.
Na área de Infraestrutura, o secretário-adjunto de Logística e Concessões, Caio de Albuquerque, apresentou os avanços do Programa de Concessões 2023-2026, que conta com quatro concessões em fase final de licitação. Pontuou também a concessão do Terminal Rodoviário de Cuiabá, a entrega de 13 pontes e a pavimentação de 717 quilômetros, que inclui trechos em Sorriso, Rondonópolis e Pedra Preta.
Entre as principais metas cumpridas pela Secretaria de Estado de Saúde (SES), destacam-se a implantação de 16 consórcios intermunicipais de saúde; a habilitação de 40 serviços especializados; a realização de 456 transplantes; o atendimento a mais de 572 mil pacientes de média e alta complexidade do SUS; e a autorização de mais de 48 mil procedimentos hospitalares eletivos.
A Secretaria de Estado de Assistência Social e Cidadania (Setasc) alcançou 62,8% das metas do programa “Ser Família” e concluiu 100% das ações previstas no “Ser Família Habitação”. O cumprimento de 62,8% dos objetivos estabelecidos para implementação do programa “Ser Família” e de 100% do “Ser Família” Habitação foram alguns dos resultados registrados pela Secretaria de Estado de Assistência Social e Cidadania (Setasc).
A Secretaria de Estado Agricultura Familiar (Seaf) atingiu 124,6% das metas traçadas para promoção da mecanização sustentável e acesso a insumos para a agricultura familiar; e 108% para fomento das cadeias produtivas. Entre os resultados apresentados pela Secretaria de Estado de Ciência, Tecnologia e Inovação (Seciteci) estão a execução de 33,3% das metas do Parque Tecnológico Mato Grosso e o avanço de 129,7% na construção de escolas técnicas.
“É determinado por lei que a Assembleia receba os relatórios de cada secretaria, para que possa acompanhar e fiscalizar o desempenho e a execução do orçamento do estado, e foi isso o que fizemos hoje. Com certeza, esse é o papel mais importante da Assembleia: o de fiscalização e acompanhamento das ações do governo. Nós, inclusive, estamos pedindo que a forma como os dados são apresentados seja mais estratégica e menos técnica, para que a população participe mais, entendendo o que governo está fazendo e deixando de fazer”, avaliou o presidente da comissão, Carlos Avallone.