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AGRONEGÓCIO

Comitiva do agro embarca para a China para conquistar o espaço deixado pelos EUA

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Em meio à escalada da guerra tarifária entre China e Estados Unidos, o agronegócio brasileiro prepara uma ação coordenada de peso para ampliar sua presença no mercado chinês. Lideradas pela Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carne (Abiec), Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA) e a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), as principais entidades do setor organizam a maior missão empresarial agropecuária já enviada à China, com cerca de 150 representantes de diversos segmentos produtivos.

A ação ocorre em um momento considerado “único” por autoridades e empresários: as tarifas cruzadas entre chineses e norte-americanos estão criando espaços comerciais que o Brasil quer ocupar. Entre os destaques da missão estão a inauguração de um escritório conjunto em Pequim, que reunirá representantes da cadeia de carnes bovina, suína e de frango, eventos de aproximação com importadores chineses e visitas ao interior do país para conhecer hábitos de consumo e identificar novas oportunidades.

Para Isan Rezende (foto), presidente do Instituto do Agronegócio (IA), o momento é decisivo para a inserção mais profunda do Brasil na economia chinesa. “Estamos diante de uma oportunidade histórica. A guerra comercial entre Estados Unidos e China cria um cenário em que o Brasil pode se posicionar como um fornecedor confiável e estratégico. Essa missão à China é muito mais do que uma agenda de negócios; é uma afirmação de protagonismo do nosso agro no cenário global”, afirmou Rezende.

Segundo ele, o momento exige ação coordenada: “É a hora de mostrar que o Brasil não apenas tem escala e qualidade, mas também compromisso e estrutura para atender o mercado chinês com regularidade”.

A delegação brasileira representa ao menos nove setores produtivos, entre eles: carne bovina, aves, suínos, milho, etanol de milho e DDG, frutas, café, algodão, citros e biotecnologia. No setor de frutas, a expectativa é destravar as exportações de melão e uva, que têm autorização sanitária, mas ainda operam com baixo volume. Já o setor cafeeiro vê uma abertura para produtos premium, com consumidores chineses dispostos a pagar mais por grãos especiais do Brasil.

A movimentação ganhou ainda mais força após a confirmação da viagem do presidente Luiz Inácio Lula da Silva à China, entre os dias 12 e 13 de maio, para o Fórum China-Celac. Na agenda, está prevista uma reunião bilateral com o presidente Xi Jinping e participação no Fórum China-Celac.

O ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, e a presidente da Embrapa, Silvia Massruhá, também estarão no país, na Sial China, maior feira de alimentos da Ásia, marcada para 19 a 21 de maio em Xangai. A intenção é alavancar exportações ao país asiático, que atingiram quase US$ 50 bilhões em 2024, consolidando a China como principal destino dos produtos do agro brasileiro.

“O Brasil acerta ao marcar presença institucional no país que mais importa nossos alimentos”, avaliou Rezende. “O escritório em Pequim será uma ponte permanente entre os exportadores brasileiros e os compradores chineses. Isso muda o patamar da relação e sinaliza confiança de longo prazo”.

Além das ações organizadas por entidades como Abiec e ABPA, a CNA também participará de agendas voltadas à redução de barreiras sanitárias e tarifárias, ponto fundamental para ampliar a competitividade de produtos brasileiros frente aos norte-americanos. O Ministério da Agricultura considera o momento “oportuno” para fortalecer os laços com os chineses. Segundo o secretário de Comércio e Relações Internacionais da pasta, Luis Rua, a crise comercial entre EUA e China pode gerar um “reposicionamento estrutural” do Brasil no comércio internacional.

“Essa delegação é, na prática, o retrato de um novo Brasil no comércio agrícola global. Com liderança institucional, diplomacia econômica ativa e forte articulação empresarial, podemos garantir que produtos brasileiros não apenas cheguem à China — mas permaneçam lá com força e reputação”, concluiu Isan Rezende.

Fonte: Pensar Agro

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AGRONEGÓCIO

Estado fecha safra com rendimento superior ao da média nacional

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Enquanto parte do país ainda colhe os últimos grãos da safra 2024/2025, Goiás já fechou seu ciclo da soja — e com um desempenho que põe o estado na vitrine da agricultura nacional. Os dados mais recentes do boletim Agro em Dados, divulgado em maio pela Secretaria de Agricultura, Pecuária e Abastecimento de Goiás (Seapa), mostram que a colheita foi finalizada em 19 de abril, com uma produção de 20,4 milhões de toneladas — alta de 8% em relação ao ciclo anterior.

O rendimento médio das lavouras goianas foi o maior do país: 68,7 sacas por hectare. Com esse desempenho, Goiás garantiu a terceira colocação entre os estados que mais produziram soja no Brasil, ficando atrás apenas de Mato Grosso e Paraná.

No cenário global, o Brasil segue firme na liderança da produção de soja. Responde hoje por 40% da oferta mundial da oleaginosa. Mas o avanço da cadeia não para na lavoura: os dados mais recentes indicam uma movimentação crescente também na industrialização, especialmente no setor do óleo de soja — onde o país ainda é superado por China e Estados Unidos, que juntos concentram quase metade da produção global.

Atualmente, o Brasil representa 17% da produção mundial de óleo de soja. Mas esse percentual deve crescer se os números de 2025 mantiverem o ritmo do primeiro trimestre. Entre janeiro e março deste ano, o Brasil exportou 402,7 mil toneladas de óleo de soja — alta de 73,2% em relação ao mesmo período de 2024. Goiás, nesse ponto, teve um desempenho ainda mais expressivo: foram 51,7 mil toneladas exportadas no trimestre, o dobro do volume do ano anterior, com salto de 130,9%.

Os embarques cresceram principalmente para a Índia, que se consolidou como principal compradora do óleo brasileiro. O país asiático ampliou em quase 63% suas compras nacionais do derivado e aumentou em quase 90% as aquisições oriundas de Goiás.

Os números reforçam um reposicionamento do estado de Goiás não apenas como celeiro de grãos, mas como elo estratégico no mercado de derivados. Com produtividade recorde no campo e crescimento nas exportações industriais, o estado sinaliza seu potencial de ocupar um espaço mais relevante em cadeias globais de valor — o que implica, também, desafios de logística, política comercial e sustentabilidade.

Fonte: Pensar Agro

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AGRONEGÓCIO

Relatório mostra que o matopiba sofrerá o maior impacto com a lei da EUDR

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Maranhão, Pará, Tocantins, Piauí e Bahia  (estados que formam o chamado “matopiba”) lideram o ranking de desmatamento no Brasil em 2024 — e estão entre os estados mais expostos aos impactos da nova legislação europeia que restringe importações de commodities ligadas à supressão de vegetação nativa – a chamada “moratória”.

Entenda aqui

Segundo um relatório da rede MapBiomas divulgado nesta quinta-feira (15.05), cerca de 310 mil imóveis rurais brasileiros podem ser afetados pela Lei Antidesmatamento da União Europeia (EUDR, na sigla em inglês), que entrará em vigor no final de 2025. Esses imóveis estão situados em áreas com registro de desmatamento após 31 de dezembro de 2020 — marco legal da normativa europeia.

De acordo com o Relatório Anual do Desmatamento (RAD) do MapBiomas, o Brasil registrou 5,8 milhões de hectares desmatados entre janeiro de 2021 e dezembro de 2024, período integral coberto pelas restrições da EUDR. Isso equivale a cerca de 4% dos 7,8 milhões de imóveis rurais cadastrados no CAR (Cadastro Ambiental Rural). O Maranhão foi o estado que mais desmatou em 2024, com 218,2 mil hectares, seguido por Pará, Tocantins, Piauí e Bahia.

Entre os estados que ampliaram a supressão de vegetação em 2024, além do Maranhão, destacam-se Piauí (+5%), Acre (+31%), Rio Grande do Sul (+70%), Roraima (+8%) e Rio de Janeiro (+94%). O município de Sebastião Leal (PI), por exemplo, quase dobrou sua área desmatada de um ano para o outro.

Apesar dos dados críticos, o relatório do MapBiomas mostra queda de 32,4% no desmatamento em 2024 em relação ao ano anterior. Foram 1,24 milhão de hectares de vegetação suprimida, o segundo menor volume desde 2019.

Essa queda foi puxada por reduções significativas nos biomas Cerrado (-41,2%), Pantanal (-58,6%), Pampa (-42,1%), Caatinga (-13,4%) e Amazônia (-16,8%). Apenas a Mata Atlântica teve alta, com crescimento de 2%.

Ainda assim, 98,6% do desmatamento em 2024 teve como vetor principal a agropecuária, totalizando 1,22 milhão de hectares. Em comparação, em 2023, a agropecuária respondeu por 1,81 milhão de hectares desmatados.

Cerca de 43% da área suprimida no último ano estava legalizada, com autorizações emitidas por órgãos ambientais, somando 536,4 mil hectares. Contudo, a EUDR não distingue entre desmate legal e ilegal — o critério europeu é unicamente temporal.

Outro fator de destaque no relatório foi o crescimento do desmatamento relacionado a eventos climáticos extremos. Em 2023, apenas 277 hectares haviam sido associados a esse vetor. Em 2024, o número saltou para mais de 3 mil hectares, em grande parte por causa das enchentes no Rio Grande do Sul, que respondeu sozinho por 2,8 mil hectares de perda de vegetação nativa.

A EUDR foi aprovada em 2023 e inicialmente teria vigência a partir de dezembro de 2024, mas seu início foi adiado em um ano, após pressões de países exportadores. Agora, as regras passam a valer daqui 7 meses – em 30 de dezembro de 2025. Mas já a partir de julho próximo teremos exigências mais rígidas para grandes empresas exportadoras.

A legislação estabelece que oito commodities e seus derivados — incluindo soja, carne bovina, madeira, borracha, cacau, café, óleo de palma e papel — só poderão entrar no bloco europeu se for comprovado que não estão associados a desmatamento após a data-limite, ainda que legal no país de origem.

A rastreabilidade georreferenciada será obrigatória: exportadores terão de apresentar a localização exata das propriedades produtoras, com comprovação de conformidade ambiental.

Fonte: Pensar Agro

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