Em discurso no Plenário nesta terça-feira (31), o senador Mauro Carvalho Júnior (União-MT) se despediu do Senado. Ele é suplente do senador Wellington Fagundes (PL-MT) e exerceu o mandato por quatro meses, durante a licença do titular. Fagundes retoma o mandato na próxima segunda-feira (6). Carvalho Júnior informou que vai assumir a secretaria da Casa Civil do Mato Grosso.
Agência Senado — Levo para o meu estado uma grande experiência, pois pude sentar do outro lado do balcão. Sempre estive no Executivo e fiquei este tempo dentro do Legislativo — registrou Carvalho Júnior.
O senador disse que trabalhou pensando no próximo e nunca em benefício próprio. Ele destacou o projeto de sua autoria que isenta o trabalhador já aposentado de recolher FGTS (PL 3.670/2023). A matéria foi aprovada na Comissão de Assuntos Sociais (CAS) na semana passada e aguarda votação em Plenário. Segundo Carvalho Júnior, o projeto pode beneficiar 17 milhões de aposentados. Ele também lembrou que atuou como relator do projeto que cria a bolsa para o ensino médio (PL 3.166/2023), de autoria do senador Astronauta Marcos Pontes (PL-SP). Aprovada nesta terça (31) na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE), a proposta agora segue para a análise da Comissão de Educação (CE).
Mauro Carvalho Júnior voltou a se posicionar de forma contrária à legalização das drogas e à descriminalização do aborto. Ele ainda agradeceu a Deus, à família, à equipe de gabinete, aos servidores e aos colegas senadores pelo apoio em sua atuação parlamentar.
— Procurei trabalhar de forma republicana e honesta, fazendo o que é melhor para o Mato Grosso e para o Brasil — concluiu o senador, de forma emocionada.
Elogios
O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, agradeceu pelo tempo de convivência e reconheceu a qualidade do debate político de Mauro Carvalho Júnior.
— Se pudesse destacar uma virtude, destacaria sua inteligência emocional, sua sensatez, seu bom senso. Tudo isso é digno de nota. O senhor tem a admiração desta Casa — declarou Pacheco.
Muitos colegas senadores elogiaram a conduta de Carvalho Júnior no tempo em que ele passou no Senado. De acordo com o senador Jaime Bafattoli (PL-RO), Mauro Carvalho Júnior trabalhou pelo Brasil de forma muito humana. O senador Rogério Marinho (PL-RN) definiu o colega como uma pessoa preparada e com espírito público.
— Vossa excelência tem essa vontade de fazer o melhor para o Brasil, além de ser um grande companheiro — afirmou Marinho.
Para a senadora Tereza Cristina (PP-MS), a atuação do colega “fez a diferença”; o líder do governo, Jaques Wagner (PT-BA), disse que Mauro Carvalho Júnior foi ativo e produtivo no tempo que passou no Senado; Eduardo Girão (Novo-CE) destacou o olhar humano do colega; Jorge Kajuru (PSB-GO) elogiou o companheirismo de Carvalho Júnior; e Margareth Buzetti (PSD-MT) disse que vai sentir falta do senador.
Os senadores Astronauta Marcos Pontes, Izalci Lucas (PSDB-DF), Jorge Seif (PL-SC), Zequinha Marinho (Podemos-PA), Randolfe Rodrigues (Rede-AP) e Esperidião Amin (PP-SC) também registraram a admiração pela atuação do colega.
Atendendo aos moradores do distrito de Aguaçu, em Cuiabá, o deputado Eduardo Botelho, presidente da Assembleia Legislativa de Mato Grosso (ALMT), aprovou a Indicação 1474/24, que solicita a criação de um núcleo da Polícia Militar na região. O pedido foi enviado ao governador Mauro Mendes, com cópia à Secretaria de Estado de Segurança Pública (Sesp-MT).
A proposta busca reforçar a segurança pública e garantir um atendimento mais eficiente à população local. O parlamentar destaca que a medida aumentará a eficácia das ações da Polícia Militar, proporcionando um atendimento mais ágil à comunidade.
Na justificativa, Botelho ressalta que a criação do núcleo vai beneficiar tanto a comunidade quanto os policiais, assegurando melhores condições de trabalho para os agentes e maior proximidade com a área de atuação. Para a população, a iniciativa significa mais segurança e agilidade nos atendimentos, resultando em uma maior sensação de proteção e maior eficiência em situações de emergência.
“Aprovamos essa indicação para atender ao clamor dos moradores do distrito de Aguaçu. É uma ação importante que contribuirá para a melhoria da segurança na região, reduzindo o tempo de resposta nas ocorrências e ampliando a cobertura em uma área com grande fluxo de pessoas, especialmente nos períodos de maior movimentação no distrito”, afirmou Botelho.
O advogado Ivanildo de Almeida, que possui sítio e familiares no distrito, reforçou a importância da medida.
“O nosso distrito de Aguaçu necessita de um núcleo permanente da PM, considerando o crescimento da região e o desenvolvimento do turismo e do lazer. Com a chegada do asfaltamento, o deslocamento de pessoas para a área também tende a aumentar, e, infelizmente, a criminalidade acompanha esse fluxo. A implantação de um núcleo da PM trará mais segurança aos moradores”, esclarece o advogado.
A Assembleia Legislativa do Estado de Mato Grosso realizou nesta quinta-feira (5), o IVº Simpósio sobre Autismo em Mato Grosso com o tema “Do Diagnóstico ao Tratamento”. A iniciativa partiu dos deputados Wilson Santos (PSD) e Dr. João (MDB).
De acordo com informações do Ministério da Saúde, o diagnóstico de autismo pode ser feito antes dos três anos de idade e é essencialmente clínico, realizado a partir das observações da criança, entrevistas com os pais e aplicação de instrumentos específicos.
Atualmente, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) estima que haja dois milhões brasileiros autistas, o que significa afirmar que 1% da população estaria no espectro.
Dados da Secretaria de Estado de Educação apontam que Mato Grosso possui atualmente 9.575 estudantes com algum tipo de deficiência matriculados na rede pública estadual, sendo 814 com alterações no espectro do autismo.
“O autismo engloba de 1 a 2% da população mundial. Nós temos aí em torno de 80 a 160 milhões de pessoas no planeta que desenvolveram esse transtorno. O autismo não é uma doença, ele hoje é classificado em três níveis e o que nós precisamos fazer é divulgar esse tema para que ele seja conhecido pelo maior número de pessoas possível”, afirmou Wilson Santos.
“Cobrarmos das autoridades, das instituições, dos poderes, a implantação de centros de diagnóstico, de terapias necessárias, a utilização na rede de ensino, seja pública, particular, convencional, de material didático adequado, capacitar profissionais da educação, para que aprendam a fazer o acolhimento e trabalhar com essa faixa etária infanto-juvenil”, revelou ele.
Na avaliação do deputado, a Assembleia Legislativa de Mato Grosso realiza pela quarta vez consecutiva o simpósio justamente para “atingir esses objetivos, divulgar a temática, incluí-la na agenda diária das autoridades e construir políticas públicas que possam minimizar o sofrimento dessas pessoas, reduzir essas barreiras, fazer toda a inclusão e garantir direitos constitucionais de que são iguais e que merecem um tratamento digno, respeito e construção de políticas públicas e vá ao encontro dos interesses dos autistas”, destacou Santos.
Durante o simpósio, o deputado Dr. João lembrou a importância de mais uma vez a ALMT tratar sobre esse assunto, fundamental para muitas pessoas.
“Esse simpósio é extremamente importante para mostrar para sociedade o que que é autismo, o que que ele representa para a população, como se faz o diagnóstico, como evolui essa doença e as condições de tratamento, relembrando sempre que no passado, essas crianças, como elas eram discriminados numa sociedade. Então, hoje temos a oportunidade de mudar tudo isso, orientando e dar perspectiva melhor para essas crianças e tomar qualidade de vida, cada dia melhor”, comentou dr. João.
A psicóloga e psicanalista Ieda Maria Mesquita de Moraes foi a primeira palestrante durante o IV Simpósio. Ela estuda o tema há vários anos e na oportunidade falou sobre como entender o diagnóstico até ao tratamento.
“Mato Grosso é um dos estados pioneiros nesse tipo de tratamento, no sentido de estar mostrando outras formas de olhar para o ar. Cada um desses palestrantes veio contribuir de forma direta para que o Estado olhe com mais carinho para essas pessoas. São pessoas que estão se dedicando a essa temática há muito tempo, quando o autismo não era tão visto, eles já estavam pesquisando sobre o tema”, disse Ieda.
A presidente do Instituto Psicossocial Renascer do Autismo de Mato Grosso (IPRA) Juliana Maria Silva Fortes explicou que o crescimento no número de pessoas com autismo, segundo ela, pode ser por razões como mais acesso aos serviços de diagnósticos e mais esclarecimento sobre a condição.
“Enquanto mãe de autista, e eu fui diagnosticada também com autismo em 2021, agora mais do que nunca eu luto pela causa por políticas públicas, pela sensibilidade humana. Além do autista, a família também está desassistida pelo poder público, precisamos encontrar caminho e acolher essas famílias, porque a gente sabe que o autismo não é uma doença, mas depois ele agrega as conformidades, na fase adulta aí a gente vê as consequências disso nas relações psicossomáticas do nosso corpo”, apontou ela.
O deputado Wilson Santos afirmou que tem se dedicado a duas ações, na construção de leis e eventos estaduais e nacionais em prol do autismo. “Nós temos um conjunto de 11 leis que fizemos, nos últimos quatro anos, em benefício dos autistas mato-grossenses, viraram referência nacional e realizados simpósios, encontros, debates, para tornarem essa temática cada vez mais conhecida e presente na agenda das instituições, dos poderes e das autoridades”, contemplou ele.
Conforme a psicóloga e psicanalista do estado da Bahia, Danielle Brito Vanderlei, para ajudar a identificar o que é autismo, os pais devem estar sempre atentos ao comportamento de seus filhos e, ao verificar qualquer sinal, procurar um médico para saber o diagnóstico correto.
“Eu estou há 35 anos trabalhando com pessoas com autismo e essa realidade vem sendo mudada ao longo dos anos, sobretudo a prevalência. O que antes era de 1 a cada 4, 5, 10 mil, hoje se chega a pensar em 1 em 36. A própria metodologia de se chegar a esse número, a gente precisa olhar com certa desconfiança, mas isso vai criando um montante maior”, esclarece ela.
A psicanalista do Ciclo de Viva de Recife (PE), Maria do Carmo Camarotti falou que existem vários métodos de identificação do autismo e durante sua palestra, citou alguns deles.
“Veja, nós temos sinais de alerta. A gente fala do alerta que não pode definir que um bebê é autista, certo? Mas tem alguns sinais que a gente vê na relação, por exemplo, o bebê não olha, ele não procura olhar. Às vezes o bebê olha, a criança autista olha, mas não tem a qualidade de olhar, não é? Ela não convoca o outro”, afirmou ela.
Camarotti comentou também que, quando uma mãe ou um pai estão com um bebê, brincam com o bebê, precisam notar as reações dele.
“Os pais estão muito desamparados. Eu trabalho há 40 anos com criança autista. E uma coisa que sempre me preocupava era o lugar dos pais. Para você ter uma ideia, em 1983 eu fiz um projeto direcionado a esse assunto. Os pais quando recebem um diagnóstico, eles ficam desamparados. Eles dizem, meu chão caiu, meu ombro caiu, tudo isso. E começa a procurar as várias abordagens. É muita coisa oferecida. Às vezes, promessas e os pais se sustentam nisso e sofrem muito”, argumenta ela.
Na oportunidade, marcaram presença representantes da Defensoria Pública, Conselho Estadual das Pessoas com Deficiência, Instituto Psicossocial Renascer do Autismo, Promoção e Articulação de Políticas Públicas para as Pessoas com Deficiência da Casa Civil do Governo do Estado de Mato Grosso, Comissão Permanente de Saúde, Previdência e Assistência Social do Tribunal de Contas do Estado.