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ARTIGOS & OPINIÕES

Por que algumas políticas públicas funcionam e outras fracassam?

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Uma newsletter com histórias, pensamentos e indicações sobre temas ligados ao Poder Legislativo, política e afins.

 Por Gabriel Lucas Scardini Barros

Por que algumas políticas públicas funcionam e outras fracassam? Muitas vezes, o segredo está na preparação e na execução, muito antes de qualquer proposta normativa ser apresentada.

Na série House of Cards, o personagem Frank Underwood tem uma coleção de frases marcantes¹ e uma delas diz respeito ao mercado imobiliário:

Poder é muito parecido com imóveis. Tudo se resume a localização, localização, localização. Quanto mais perto você está da fonte, maior o valor do seu imóvel.

Essa mesma lógica se aplica às políticas públicas. O sucesso de uma iniciativa depende de estar bem posicionada desde o início: compreender o problema corretamente, planejar com eficiência, garantir apoio político e estruturar um orçamento adequado.

Como em um empreendimento comercial, alguns sinais já podem indicar se um projeto legislativo tem chances de sucesso ou está fadado ao fracasso.

Tem lugar para estacionar? O atendimento é bom? Há algum diferencial no produto ou serviço? São alguns itens que pode ser significantes para o resultado.


Toda política bem-sucedida começa antes mesmo de ser escrita: na identificação precisa do problema. Isso significa analisar dados concretos, ouvir especialistas e, principalmente, entender se a demanda é real ou apenas uma percepção equivocada.

Muitas iniciativas fracassam porque são criadas sem um diagnóstico adequado. Por exemplo, políticas de segurança que investem exclusivamente em mais viaturas sem considerar se o problema está na investigação deficiente, na falta de policiamento ostensivo ou na ausência de programas de prevenção.

Uma vez identificado o problema, o próximo passo é definir objetivos claros e traçar um caminho viável para alcançá-los. Aqui, a análise de viabilidade política e orçamentária é essencial. Uma boa estratégia inclui a avaliação da base de apoio político, da verificação da existência de um orçamento compatível, e também, saber se a política atende a uma necessidade real e, assim, garante envolvimento dos beneficiários.

Assim como um novo negócio precisa de um diferencial para se destacar, uma política pública precisa oferecer soluções inovadoras e eficazes.

Atualmente, muitas reformas adotam a implementação gradual, como as reformas tributária e previdenciária, em que as regras se consolidam aos poucos. Essa abordagem permite ajustes ao longo do tempo, reduz impactos negativos e evita falhas decorrentes de mudanças abruptas.

Legislar para o cidadão do futuro é uma solução muito boa para resolver impasses políticos. Mas no Brasil, sempre há o risco da política não ser implementada quando chegar a hora.

Depois de implementada, uma política precisa ser monitorada continuamente. Isso envolve medir resultados, corrigir rumos e, se necessário, fazer ajustes legislativos. Além disso, a coordenação política e a estruturação orçamentária são fundamentais para garantir sua sustentação.

No fim das contas, políticas públicas não são apenas boas ideias no papel. Elas exigem diagnóstico preciso, planejamento detalhado, implementação bem estruturada e acompanhamento constante. Afinal, como no mercado imobiliário, uma boa política precisa estar bem posicionada desde o início para gerar impacto real.

A edição de hoje teve inspiração nesta edição do podcast do Café da Manhã:

O que faz uma política pública dar certo (ou errado)

Spotify Studios

 

Para pensar na formulação de políticas públicas e propostas normativas, use o Decreto 12.002/2024, no anexo há um check list muito bacana.

aerial photography of rural

Photo by Breno Assis on Unsplash

Gabriel Lucas Scardini Barros
Não é só sobre as marcas esse pensamento aqui.
É olhar para o futuro o suficiente para criar algo capaz de durar, sem perder de vista o que foi construído até aqui, enquanto vivemos infinitos “agoras”.” — Beatriz Guarezi

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Quando o governante “se acha”

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Por Ricardo Viveiros*

Vivemos em um mundo no qual a informação está ao alcance de um clique, mas ainda há quem insista em fechar os olhos para o aprendizado contínuo. Esse fenômeno, popularmente explicado pelo “Efeito Dunning-Kruger”, descreve a tendência de pessoas com pouco conhecimento superestimarem as próprias capacidades. Essa dinâmica, quando transposta para esferas de poder, como o governo em seus três níveis, pode ser desastrosa. Gestores públicos que se comportam como os “sabe-tudo” perpetuam velhas soluções ineficazes para problemas modernos, comprometendo o bem-estar, o desenvolvimento e, em especial, os direitos da sociedade.

Um exemplo gritante dessa mentalidade está na persistência em utilizar fórmulas desgastadas para combater problemas crônicos como as enchentes urbanas. Governos repetem estratégias que já provaram ser insuficientes, recusando-se a explorar abordagens inovadoras. Isso se traduz em um drama contínuo que caminha em círculos nas cidades brasileiras. Ano após ano, elas enfrentam tragédias previsíveis durante os períodos de chuva. E a culpa, nesses episódios, vai sempre para um indefeso “São Pedro”. Não seria hora de admitir que essas soluções estão obsoletas e buscar novas perspectivas?

A resposta, infelizmente, parece óbvia apenas para aqueles que enxergam de fora. Contudo, o ciclo da autoconfiança e da vaidade infundadas do poder público perpetua a resistência a mudanças. Líderes que acreditam dominar todas as nuances de seus cargos evitam ouvir especialistas, ignoram dados e menosprezam a ciência, em nome de uma suposta competência que, muitas vezes, é apenas arrogância.

Governar exige mais do que repetir discursos ou aplicar fórmulas prontas. Exige também humildade intelectual para reconhecer que nem sempre se tem as respostas certas. Quando essa consciência falta, as consequências podem ser devastadoras. Contratações e promoções baseadas em confiança pessoal ou pressão política de aliados, em vez de competência comprovada, criam equipes desalinhadas e despreparadas. A resistência ao feedback dificulta ajustes necessários e perpetua erros. E o mais grave: decisões equivocadas impactam diretamente a população, agravando desigualdades e comprometendo recursos públicos.

Em muitas administrações públicas, o “sempre fizemos assim” é um mantra. Tal mentalidade sufoca a inovação e impede a implementação de soluções adaptadas às demandas atuais. No caso das enchentes, investe-se em obras paliativas enquanto a urbanização desordenada e a falta de infraestrutura de drenagem continuam sendo ignoradas.

A necessária mudança começa pela valorização do conhecimento efetivo, não do “achismo”. Governos devem adotar uma postura de aprendizado contínuo, na qual as decisões são baseadas em dados concretos e consultas a especialistas. Algumas ações práticas podem incluir: políticas públicas que devem ser avaliadas de maneira rigorosa, considerando resultados e impactos reais, não apenas métricas superficiais; governantes e servidores com a responsabilidade de aceitar treinamentos e programas que ampliem sua compreensão de problemas complexos; consulta a quem tem expertise e incorporação de inovações tecnológicas são fundamentais para avanços; e, por fim, envolver a sociedade no processo decisório trazendo perspectivas diferentes, capazes de enriquecer o debate e promover soluções inteligentes, inovadoras, viáveis e com resultados concretos.

Líderes que reconhecem suas limitações e buscam ouvir opiniões diversas têm mais chances de implementar políticas efetivas e duradouras. Admitir que não sabemos tudo é libertador. É o primeiro passo para abrir espaço para aprender e evoluir. Governos e gestores que adotam essa postura são capazes de transformar desafios em oportunidades, em contrapartida, aqueles que insistem na autossuficiência perpetuam erros e causam imobilismo que custam caro à sociedade.

A verdadeira liderança não se mede pela quantidade de respostas prontas, mas pela disposição de fazer as perguntas certas e buscar as melhores soluções. Falar menos, ouvir mais são boas práticas. Somente assim poderemos superar o traiçoeiro “efeito Dunning-Kruger”, que tantas vezes impede o progresso em nosso País, e acreditar na canção do mestre Tom Jobim: “São as águas de março fechando o verão. É a promessa de vida no teu coração”.

*Ricardo Viveiros, jornalista, professor e escritor, é doutor em Educação, Arte e História da Cultura; autor, entre outros, de A vila que descobriu o Brasil (Geração), Justiça seja feita (Sesi-SP) e Memórias de um tempo obscuro (Contexto).

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Tenho mais de 60 Anos: Posso Usar Whey Protein?

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Por Max Lima*
Sim, o whey protein pode ser um aliado poderoso para pessoas com mais de 60 anos, ajudando a manter a saúde muscular, melhorar a qualidade de vida e até prevenir doenças relacionadas ao envelhecimento.
Porém, como qualquer suplemento, ele deve ser usado de forma consciente e com orientação profissional.

Por que a Proteína é Importante na Terceira Idade?
Conforme envelhecemos, nosso corpo perde progressivamente massa muscular e força, um processo chamado de sarcopenia. Essa condição pode levar à redução da mobilidade, maior risco de quedas e piora da qualidade de vida.

Estudos mostram que o aumento na ingestão de proteínas de alta qualidade, como o whey protein, pode ajudar a combater a sarcopenia. Isso porque o whey é rico em aminoácidos essenciais, especialmente a leucina, que estimula diretamente a síntese de proteínas musculares.

Benefícios do Whey Protein para Quem Tem Mais de 60 Anos:

1. Preservação e Ganho de Massa Muscular De acordo com um estudo publicado no Journal of Cachexia, Sarcopenia and Muscle (2020), a combinação de whey protein com exercícios de força pode aumentar a massa e a força muscular em idosos, mesmo naqueles que nunca treinaram antes.
2. Melhora da Saúde Óssea O whey protein também auxilia na saúde óssea, já que fornece nutrientes necessários para a manutenção da densidade óssea, reduzindo o risco de osteoporose e fraturas.
3. Controle de Peso e Metabolismo Estudos indicam que o consumo adequado de proteínas pode ajudar no controle de peso, mantendo a saciedade por mais tempo e prevenindo a perda de massa magra durante dietas de restrição calórica.
4. Recuperação Física e Imunidade Por ser de fácil digestão e rápida absorção, o whey protein é uma excelente escolha para idosos que precisam se recuperar após atividades físicas ou após períodos de convalescença, além de conter compostos que fortalecem o sistema imunológico.

Como Usar Whey Protein com Segurança?


1. Avaliação Médica Prévia
 Antes de iniciar o uso, é essencial conversar com um médico ou nutricionista para avaliar as necessidades nutricionais individuais e descartar possíveis contra indicações, como problemas renais.
2. Dose Recomendada: A dose ideal varia, mas estudos sugerem cerca de 20 a 30 gramas por dia, dependendo das necessidades de cada pessoa. Essa quantidade pode ser ajustada conforme o consumo de proteínas na dieta habitual.
3. Melhor horário para Consumir O whey pode ser consumido no café da manhã, após atividades físicas ou como lanche. O importante é distribuir a ingestão de proteínas ao longo do dia para maximizar a síntese muscular.
4. Qualidade do Produto Escolha marcas confiáveis, com poucos aditivos e certificados de qualidade.

Conclusão
Sim, quem tem mais de 60 anos pode usar whey protein, desde que com acompanhamento profissional. Esse suplemento é uma ferramenta valiosa para melhorar a força, prevenir a sarcopenia, e promover um envelhecimento mais saudável e ativo.
Envelhecer bem não é apenas uma questão de genética, mas também de escolhas. Com o suporte correto, suplementos como o whey protein podem fazer parte de uma estratégia nutricional que prolongue a vitalidade e a independência na terceira idade.

*Max Lima é Especialista em Clínica Médica pelo Instituto dos servidores do Estado de São Paulo (HSPE-FMO ), Especialista em Cardiologia pelo Instituto Dante Pazzanese, Especialista em Terapia Intensiva pela AMIB, Fellow pela Sociedade Europeia de Cardiologia, Ex Conselheiro Federal de Medicina (2019-2024), Presidente da SBC MT – biênio 2016

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