ARTIGOS & OPINIÕES
De volta ao passado!
Publicado em
28/04/2024por
RedaçãoPor José Medeiros*
Em 2026, o Brasil completará 18 anos de Governo do PT. Luiz Inácio Lula da Silva assumiu uma economia estável advinda do plano real e teve a oportunidade de ouro de fazer o Brasil crescer, pela primeira vez, de forma sustentável, visto que as exportações principalmente do agronegócio “explodiram” em seu governo.
Porém, quesitos básicos para um crescimento sustentável foram ignorados, cito como exemplo a infraestrutura, o setor industrial foi esmagado e o protecionismo enterrou de vez as chances de o país decolar. A decisão de impulsionar empresas, chamadas de “campeãs nacionais”, com dinheiro do BNDES criou um verdadeiro capitalismo de amigos, em paralelo a isso o intervencionismo econômico minou a confiança no país, e o desequilíbrio fiscal e a corrupção acabaram por levar ao impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff.
Após a queda de Dilma, um período de recuperação do Brasil foi instalado com importantes reformas nos dois anos do governo Michel Temer e no Governo de Jair Bolsonaro. Foco nas medidas como a criação do teto de gastos, a criação do Marco Legal do Saneamento que injetou bilhões de reais na economia, além de trilhões injetados através do programa PPI, da reforma trabalhista e da previdência, a simplificação do ambiente de negócios, diminuição de impostos, criação do PIX, diminuição da dívida pública em mais de R$ 200 bilhões, a autonomia do Banco Central, privatização de estatais. Destaque também para a infraestrutura como exemplo de ligação entre Mato Grosso e Pará, possibilitando o escoamento da produção agrícola pelo porto de Miritituba.
Essas ações estruturantes permitiram ao Brasil voltar a crescer de forma sustentável, mesmo enfrentando significativos contratempos como a tragédia de Brumadinho, com forte impacto na arrecadação no segmento de mineração, e a tragédia mundial da pandemia da COVID-19.
Novamente o Lula assume o país em condições ideais de crescimento. O governo do PT tem se orgulhado dos resultados da economia e das posições alcançadas desde o primeiro mês da gestão e bate “latas” dizendo que “o Brasil voltou”. Infelizmente o que voltou foram as práticas conhecidas, como o aumento de gastos, a substituição do teto fiscal por um arcabouço fiscal e agora anunciam o que já suspeitávamos: o não cumprimento das metas estabelecidas. Com isso, a economia brasileira, só com 14 meses de governo, chega a um rombo de quase R$ 400 bilhões, com consequente piora do necessário equilíbrio na relação dívida/PIB. Os gráficos de desempenho da economia demonstram que as conquistas alcançadas nesse período são frutos de uma trajetória inercial, com clara desaceleração que eu débito à resistência gerada pelo “atrito” das ações do governo em sentido contrário.
Ninguém em sã consciência torce para que o carro em que está viajando quebre, mas conhecendo o motorista e o modo como conduz, se perguntarem se espero que o “carro” continue “rodando” de forma satisfatória e com conforto para os “passageiros”, eu diria que sim, mas acho que não.
*José Medeiros – Ex-senador e atual deputado federal por Mato Grosso pelo PL
ARTIGOS & OPINIÕES
Baixas temperaturas trazem risco de complicações cardiovasculares
Published
3 horas atráson
17/05/2024By
RedaçãoPor Max Lima*
Embora aqui em Mato Grosso o frio não seja uma constante, quando ele aparece traz junto o alerta em relação a doenças respiratórias, como gripes, resfriados e rinites alérgicas, mas também traz o risco de complicações cardiovasculares.
Quando a temperatura alcança médias diárias abaixo de 14°C, os casos de morte por infarto do miocárdio (ataque cardíaco) aumentam em até 30%.
A cada 10 graus Celsius de diminuição na temperatura mínima, o risco de ataque cardíaco aumenta em 7%. O clima frio desencadeia também outras doenças cardiovasculares, como acidente vascular cerebral (AVC), angina (um tipo de dor no peito), isquemia no coração (falta de circulação nas artérias coronárias) e arritmias cardíacas, que têm a poluição atmosférica como outro dos agentes responsáveis.
O que ocorre é que, com a queda da temperatura, há uma diminuição da circulação sanguínea ao músculo cardíaco, ocasionando angina cardíaca, que é causada pelo estreitamento das artérias que conduzem sangue ao coração, ou até mesmo um infarto agudo do miocárdio associado ou não à morte súbita.
Isso acontece porque as reações do organismo às baixas temperaturas (hipotermia, com a temperatura corporal abaixo de 36º) sobrecarregam o sistema cardiovascular, que, assim, trabalhará mais para manter o equilíbrio térmico.
Essas reações incluem constrição (espasmos) dos vasos sanguíneos, respiração superficial pela boca, aumento da frequência cardíaca e consequente aumento do consumo de oxigênio pelo coração. Outro fator que demanda atenção em relação às doenças cardiovasculares e o frio é a ocorrência mais frequente das doenças respiratórias, mais suscetíveis no inverno, que aumentam o risco de pessoas com problemas cardíacos apresentarem uma descompensação da sua condição. A presença de infecção pode instabilizar uma placa de gordura ou mesmo piorar a falta de ar de uma pessoa com insuficiência cardíaca estável.
Dessa forma, idosos, pessoas com predisposição a problemas cardíacos e hipertensos devem redobrar a atenção à saúde nessa época do ano.
Em idosos, os perigos são ainda maiores. O frio pode agravar os sintomas da angina de peito, aumentar a pressão arterial e o risco de terem um acidente vascular, cardíaco, neurológico ou das extremidades. Outros fatores também contribuem para o desenvolvimento de problemas cardiovasculares nos períodos de frio, como obesidade, colesterol elevado, hipertensão arterial e diabetes. Pessoas com doença aterosclerótica, caracterizada pelo acúmulo de placas de gordura, colesterol e outras substâncias nas paredes das artérias, também devem ficar alertas. O frio excessivo pode levar à ruptura de uma placa aterosclerótica, causando trombose intravascular e a obstrução da artéria.
COMO SE PREVENIR:
A orientação é que durante os meses de frio, além de se manter bem agasalhados, sejam realizados exames de rotina para acompanhar os níveis de colesterol no sangue e a pressão sanguínea.
A prática regular de atividades físicas é uma recomendação constante. Além disso, manter uma dieta saudável, evitar fumar e ingerir quantidades excessivas de álcool, uma vez que essas combinações elevam o risco de pressão alta, ataque cardíaco e derrame.
Vacinar-se contra a gripe também reduz a taxa de infarto no inverno, especialmente nos idosos. Isso porque, com uma infecção, nosso organismo fica em estado maior de inflamação, que por sua vez agrava a inflamação das placas de aterosclerose, que torna maior a chance de rupturas e infarto do miocárdio (ataque cardíaco). A vacinação contra Influenza tem contribuído na redução da mortalidade em por doenças cardiovasculares e Acidente Vascular Cerebral (AVC). Isso porque o vírus agrava os problemas relacionados a doenças crônicas cardiovasculares, pulmonares, metabólicas (particularmente diabetes), podendo provocar infarto agudo do miocárdio e AVC, além de causar manifestações neurológicas como convulsão e encefalite.
Vale a pena reforçar que sempre é imprescindível realizar check-up cardiológico anualmente, praticar exercícios físicos com orientação de um profissional e, ainda, consumir alimentos saudáveis, evitar gorduras e sal em excesso.
*Max Lima é médico especialista em cardiologia e terapia intensiva, conselheiro do CFM, ex-presidente da Sociedade Brasileira de Cardiologia de Mato Grosso(SBCMT), Médico Cardiologista do Heart Team Ecardio no Hospital Amecor e na Clínica Vida Diagnóstico e Saúde. CRMT 6194
Email: [email protected]*
ARTIGOS & OPINIÕES
O Processo Legislativo da Lei Áurea
Published
3 dias atráson
14/05/2024By
RedaçãoQuinze por Dia (QPD), por Gabriel Lucas
O Processo Legislativo da Lei Áurea
O que foi e o que poderia ter sido
No Museu Imperial, eu pensava que a grande atração seria uma pedra muito grande, que caiu sobre o carro em que Getúlio estava, provocando um grave acidente.
No entanto, fiquei impressionado ao me deparar com uma pena feita em ouro que foi utilizada pela Princesa Isabel para sancionar a Lei Áurea, em 13 de maio de 1888.
Não me recordo de ter ficado tão impactado com uma experiência em museu, nem mesmo com a Mona Lisa ou outra vivência. Uma peça em ouro, metal minerado por escravizados. Talvez em Minas Gerais, talvez aqui em Mato Grosso.
Pouco tempo antes de começar a QPD, conheci uma publicação do Senado Federal sobre a tramitação rápida da proposta que resultou na Lei Áurea, onde há uma imagem sobre a tramitação do projeto:
Vale lembrar que a tramitação ocorreu sob a égide de nossa ducentenária Constituição de 1824 (que já foi tema de uma QPD recentemente).
No fim, o texto da lei ficou assim:
A Princesa Imperial Regente, em nome de Sua Majestade o Imperador, o Senhor D. Pedro II, faz saber a todos os súditos do Império que a Assembléia Geral decretou e ela sancionou a lei seguinte:
Art. 1°: É declarada extincta desde a data desta lei a escravidão no Brazil.
Art. 2°: Revogam-se as disposições em contrário.
Entretanto, os cinco dias de tramitação do projeto de lei escondem um processo muito maior. Provavelmente você lembra das aulas de história, houve a edição de leis que prepararam o caminho para o fim da escravidão, como aquela que proibiu o tráfico de escravizados, a lei do ventre livre e a lei dos sexagenários.
A edição de cada uma dessas normas envolveu duas grandes questões de fundo, que no final ficaram de fora da Lei Áurea.
A elite escravagista pleiteava uma indenização pela “perda da propriedade”. Sei que isso é um absurdo, mas vale lembrar que a elite sempre tem grande trânsito junto às instâncias de poder.
Assim, a surpresa é a não inclusão de tal indenização.
Já os representantes dos escravizados buscavam uma justa reparação para quando deixassem a condição de escravizados, tendo uma condição mínima para começar a vida.
Nos EUA, houve a famosa promessa não cumprida de “40 acres e uma mula” às famílias negras que haviam sido escravizadas.
No Brasil, nem isso. Além da falta de menção à reparação, uma série de leis foi desenhada com o objetivo nada oculto de perseguir a população que saiu da condição de escravizada.
A “vadiagem” foi criminalizada. Aqueles que não trabalhavam formalmente, muitas vezes por falta de oportunidade, eram presos por estarem à toa. A capoeira e o samba entraram nessa tipificação.
Enfim, mesmo uma lei tão importante poderia ser mais discutida e ter impactos mais profundos.
Um ponto de vista importante
O podcast História Preta tem uma temporada inteira, chamada O Plano, que conta a história da luta pelo fim da escravidão no Brasil pela ótica da população negra.
Também vale a matéria do Tab UOL.
Legislativo e a Crise Climática
A tragédia que se abateu sobre o Rio Grande do Sul pode provocar algumas mudanças legislativas.
Outra proposta pretende destinar mais de 2 bilhões do fundo eleitoral para ajudar o RS. Será que aprovam?
Em Curitiba, há um fundo de estabilização fiscal que prevê que o dinheiro arrecadado possa ser usado para o enfrentamento dessas situações adversas.
O ex-ministro Adolfo Sachsida também fez algumas sugestões de ajuda.
Proibição de Celular na Escola
A Assembleia Legislativa de São Paulo tem discutido a utilização de celulares na escola. Por lá já existe uma lei que proíbe celular nas escolas públicas, salvo para utilização pedagógica.
Mas uma nova proposta pretende ampliar a proibição para as escolas privadas também, além de permitir a utilização por alunos com deficiência.
Nessa nova proposta, os celulares seriam guardados em armários.
Celulares na escola
Vale o clique
- No dia 15 de maio, a Câmara Federal irá inaugurar um novo sistema de debate interativo nas audiência públicas, onde qualquer um poderá apresentar questionamentos e a equipe encaminhará as perguntas mais pertinentes para os participantes do evento. O tema será cancelamento unilateral dos planos de saúde pelas operadoras.
- Ano passado houve uma edição sobre a proposta de regulação da Inteligência Artificial no Brasil. A Comissão Especial do Senado que analisa o projeto apresentou um texto preliminar.
- Ainda nesse assunto, o Ronaldo lemos faz uma série de apontamentos de como a regulação brasileira pode ir além da europeia e causar um impacto positivo na reunião do G20.
- Maquiavel e os desafios da ciência política como profissão, por Adriano Codato, Leon Victor de Queiroz e Carolina de Paula.
- Congresso tem mais de 30 projetos para regular transporte de animais em aviões, no Jota.
- O jornalista Sergio Lerrer lançou o livro Comunicação Legislativa para Gabinetes Parlamentares.
- Scott Galloway fala sobre inimigos (e o perigo da polarização).
- Um dashboard sobre os partidos no Congresso Nacional. Trabalho muito interessante do cientista político Jonathas Campos.
- Campanha para tentar sensibilizar os deputados federais para não aprovar a PEC das Drogas.
- Paul Cairney alerta que não podemos mais nos dar ao luxo de pensar em soluções simplistas para problemas que são, por natureza, complexos e interconectados, nem desconsiderar as complexidades do sistema decisório. Dica do Arthur Wittenberg.
- Entra em vigor lei que institui Política Nacional de Qualidade do Ar.
- O Resumido é um baita podcast que eu costumo apelidar de newsletter em aúdio. Só que agora o Bruno Natal lançou uma newsletter tradicional.
Vizinhança
Quinze por Dia, ou simplesmente QPD, é uma newsletter quinzenal com histórias, pensamentos e indicações sobre temas ligados ao Poder Legislativo, política e afins, por Gabriel Lucas Scardini Barros. Estou à disposição para conversar no Instagram @gabriel_lucas. Caso tenha recebido esse e-mail de alguém ou chegou pelo navegador, siga esse link para assinar.
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