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JUSTIÇA

‘O alimento é aliado, não inimigo’, diz pesquisadora em evento do MPMT

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“Você come bem?” – com essa pergunta, a doutora em Endocrinologia Sophie Deram, autora do best-seller O Peso das Dietas, abriu o painel “Comer Sem Culpa” durante o evento Cibus Veritas: Comida de Verdade para Todos, Agricultura Familiar contra a Fome na tarde desta quinta-feira, 17 de setembro. Realizado pelo Ministério Público do Estado de Mato Grosso (MPMT), o encontro busca fomentar o debate sobre políticas públicas de segurança alimentar e nutricional, com foco na agricultura familiar como estratégia de combate à fome.Segundo Sophie, um dos maiores paradoxos da atualidade é que nunca se falou tanto sobre nutrição e dietas e, ao mesmo tempo, nunca houve tantos problemas de peso, transtornos alimentares e mal-estar em relação à comida. “A insegurança alimentar não está apenas na falta de alimentos, mas também nas restrições e proibições que as pessoas impõem ou sofrem em relação ao que podem comer”, destacou.A pesquisadora explicou que a fome, em qualquer contexto, desregula o cérebro, provocando pensamentos obsessivos sobre comida e favorecendo escolhas por produtos ultraprocessados. Nesse cenário, a cultura do “terrorismo nutricional”, em que calorias e nutrientes são tratados como única medida de qualidade alimentar, agrava o problema ao estimular dietas restritivas e sentimento de culpa associados ao ato de comer.“O alimento é nosso aliado e não nosso inimigo. A nutrição deve ser um cuidado, não um campo de batalha”, afirmou Sophie, ao defender que comer bem não significa comer menos, mas sim comer com prazer, de forma consciente e sem culpa.Ela lembrou ainda que, há algumas gerações, comer bem significava simplesmente ter comida na mesa. “É preciso resgatar a autonomia para se alimentar de forma saudável, equilibrada e compatível com a realidade cultural e social de cada pessoa”, reforçou. Como estratégia, a pesquisadora destacou a importância de valorizar o hábito de cozinhar e, além disso, ajudar as pessoas a introduzirem práticas de nutrição no dia a dia.Sophie também ressaltou a necessidade de compreender a realidade social antes de impor restrições. “Imagine uma mãe em situação de vulnerabilidade social e insegurança alimentar que só tem salsichas para cozinhar. Você vai proibir que ela ofereça salsichas aos filhos por ser um alimento ultraprocessado? Não. Hoje ela tem salsichas; amanhã, salsichas com batata e cenoura. O importante é incluir, não restringir”, pontuou.Conforme a Organização Mundial da Saúde (OMS), a definição de saúde é “um estado de completo bem-estar físico, mental e social e não somente ausência de afecções e enfermidades”. A explanação da pesquisadora dialoga com esse conceito, ao reforçar que a alimentação vai além do aspecto biológico, envolvendo também equilíbrio psicológico e social.O evento Cibus Veritas é uma iniciativa da Procuradoria de Justiça Especializada na Defesa da Cidadania, Consumidor, Direitos Humanos, Minorias, Segurança Alimentar e Estado Laico, em parceria com o Centro de Estudos e Aperfeiçoamento Funcional (Ceaf) – Escola Institucional do MPMT e o Centro de Apoio Operacional (CAO) Direitos Humanos, Diversidade e Segurança Alimentar.

Fonte: Ministério Público MT – MT

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Painel propõe olhar coletivo para alimentação e saúde

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A palestra de abertura do segundo dia do evento Cibus Veritas: Comida de Verdade para Todos, Agricultura Familiar contra a Fome, nesta sexta-feira (19), foi marcada por reflexões profundas sobre os impactos da desigualdade social na alimentação dos brasileiros. O painel “Comer mal não é escolha: desigualdade social, tempo e ultraprocessados” teve como destaque a exposição do economista e professor Walter Palmieri Júnior, mediada pelo promotor de Justiça Henrique Schneider Neto.Ao abrir o painel, o promotor de Justiça trouxe uma abordagem filosófica sobre o tema, destacando a importância da segurança alimentar como um pilar do Estado Democrático de Direito. “A comida é física, mas também metafísica. Ela ocupa um lugar essencial na defesa da dignidade humana”, afirmou.Em sua exposição, o professor Walter Palmieri Júnior provocou o público ao questionar a ideia de liberdade na escolha dos alimentos. “A alimentação não é apenas uma decisão individual. Ela é moldada por fatores estruturais como desigualdade, falta de tempo e a lógica da indústria de ultraprocessados”, explicou.Palmieri destacou que o aumento do custo dos alimentos saudáveis, aliado à precarização do tempo e das condições de moradia, empurra a população para opções menos nutritivas. “Nos últimos 15 anos, as frutas subiram o dobro do preço em relação aos refrigerantes”, exemplificou. Ele também criticou a ausência de incentivos à alimentação natural e o poder da indústria alimentícia em moldar desejos e paladares, especialmente entre crianças.O economista alertou ainda para os custos ocultos da má alimentação, como o impacto crescente sobre o Sistema Único de Saúde (SUS) e o meio ambiente. “O SUS gasta hoje R$ 4 bilhões por ano com câncer, e esse número deve subir para R$ 7 bilhões até 2030”, disse, defendendo a tributação de produtos nocivos à saúde pública.Após a palestra, o promotor Henrique Schneider fez uma intervenção, refletindo sobre os desafios e a necessidade de reconectar-se com a essência humana. O debate foi enriquecido por falas do público, como a de Rosana de Omolu, representante de comunidade tradicional de matriz africana, que destacou o racismo estrutural presente na insegurança alimentar e a desvalorização dos saberes ancestrais.O procurador de Justiça José Antônio Borges Pereira também contribuiu com o debate ao citar exemplos emblemáticos da lógica de mercado e da resistência cultural, a exemplo das grandes corporações que buscam o domínio de alguns mercados. “Esses exemplos mostram como o mercado pode apagar identidades e práticas culturais valiosas”, pontuou.O painel encerrou a programação matutina do o evento. O Cibus Veritas é uma iniciativa da Procuradoria de Justiça Especializada na Defesa da Cidadania, Consumidor, Direitos Humanos, Minorias, Segurança Alimentar e Estado Laico, em parceria com o Centro de Estudos e Aperfeiçoamento Funcional (Ceaf) – Escola Institucional do MPMT e o Centro de Apoio Operacional (CAO) Direitos Humanos, Diversidade e Segurança Alimentar. Conceito – O termo Cibus vem do latim e significa “alimento” ou “comida”, enquanto Veritas também tem origem latina e significa “verdade”. No contexto do encontro, Cibus Veritas representa um chamado à reflexão sobre o direito à alimentação saudável, justa e acessível. A expressão pode ser interpretada como “Comida de Verdade”, reforçando o compromisso com práticas alimentares que respeitam a saúde, o meio ambiente e a dignidade humana.

Fonte: Ministério Público MT – MT

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JUSTIÇA

Funadif recebe quarta visita de projeto que fortalece fundações privadas

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A Fundação de Apoio ao Desenvolvimento do Instituto Federal de Mato Grosso (Funadif) recebeu, na manhã de quinta-feira (18), a quarta visita do projeto “Fundações de Portas Abertas”, iniciativa foi idealizada pelo Ministério Público do Estado de Mato Grosso (MPMT), em parceria com entidades do terceiro setor. Durante o encontro, representantes de diversas fundações puderam conhecer de perto a trajetória da Funadif, que, em menos de dois anos desde sua constituição, já demonstra grande potencial de atuação e crescimento.O presidente da fundação, José Bispo Barbosa, destacou a relevância do projeto para o setor. “Foi um momento ímpar, com troca de experiências para todos os presentes, principalmente para aqueles que estão constituindo suas fundações”, afirmou.O objetivo do projeto é promover um intercâmbio entre as fundações, permitindo que seus integrantes conheçam de perto a estrutura, o funcionamento e os serviços oferecidos por cada uma. A ideia é proporcionar aos profissionais do terceiro setor a oportunidade de visitar esses espaços, compreender melhor os propósitos de cada entidade e, assim, identificar pontos de convergência e possíveis parcerias futuras.“Queremos aproximar as instituições, promover o conhecimento mútuo e estimular parcerias que fortaleçam o ecossistema fundacional em Mato Grosso”, afirmou o promotor de Justiça Renee do Ó Souza, titular da 26ª Promotoria de Justiça Cível da Capital – especializada em Fazenda Pública e Fundações.A iniciativa também busca criar um espaço de escuta ativa, troca de experiências e construção coletiva de soluções para o aprimoramento do ecossistema fundacional no estado. A programação prevê uma série de visitas a instituições do terceiro setor ao longo do segundo semestre de 2025.

Fonte: Ministério Público MT – MT

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