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AGRONEGÓCIO

Trigo brasileiro polui menos que o produzido no resto do mundo

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Um levantamento inédito da Empresa Brasileiro de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) mostrou que o grão cultivado por aqui tem uma pegada de carbono menor que a média mundial; ou seja, libera menos gases de efeito estufa por quilo produzido.

O estudo, publicado na revista científica Journal of Cleaner Production, foi feito no Sudeste do Paraná, uma das principais regiões produtoras do cereal no país. A pesquisa avaliou 61 propriedades rurais e uma indústria moageira e concluiu que a produção brasileira de trigo emite, em média, 0,50 kg de CO₂ por quilo de grão. No resto do mundo, essa média é 0,59 kg.

Pode parecer pouca diferença, mas em escala nacional o resultado é expressivo. Isso significa que o trigo brasileiro é mais eficiente no uso dos recursos naturais e emite menos gás de efeito estufa por tonelada colhida. É o primeiro estudo da América do Sul que calcula toda a pegada de carbono do trigo — desde o plantio até a transformação do grão em farinha.

O levantamento da Embrapa mostrou que o uso de fertilizantes nitrogenados é o maior vilão na conta do carbono, respondendo por até 40% das emissões. Isso acontece porque, ao se decompor no solo, esses produtos liberam óxidos de nitrogênio, gases com alto potencial de aquecimento global.

Hoje, a ureia ainda é o fertilizante mais usado pelos produtores, por ser barata e fácil de aplicar. No entanto, ela também é a que mais emite gases. Os pesquisadores apontam que a troca da ureia pelo nitrato de amônio com calcário (CAN) pode reduzir as emissões em até 4%, além de melhorar o pH do solo, evitando sua acidificação.

Outras tecnologias começam a ganhar espaço, como os biofertilizantes, biopesticidas e fertilizantes de liberação lenta, que liberam os nutrientes de forma mais controlada e reduzem as perdas. Essas soluções ajudam o produtor a gastar menos insumo e a produzir mais por hectare, o que também diminui o impacto ambiental.

O estudo da Embrapa mostrou ainda que aumentar a produtividade é uma das formas mais diretas de cortar emissões. Isso porque quanto mais o trigo rende por hectare, menor é a necessidade de expandir área ou usar mais adubo.

De acordo com os pesquisadores, a adoção de cultivares mais produtivas pode reduzir a pegada de carbono do trigo em até 38%. Ou seja: investir em sementes melhoradas, manejo correto e adubação equilibrada não só aumenta a colheita, mas também ajuda o produtor a entregar um produto com menor impacto ambiental.

Comparado a outros países, o Brasil aparece bem na foto. Nações como China, Itália e Índia registram médias mais altas de emissão, enquanto referências em sustentabilidade, como Austrália e Alemanha, alcançam índices próximos a 0,35 kg de CO₂ por quilo de trigo. Ou seja, com o avanço de tecnologias no campo, o Brasil tem potencial para se aproximar dessas potências agrícolas.

O estudo também avaliou a produção de farinha, feita em parceria com uma moageira do Paraná. A pegada de carbono variou de 0,67 a 0,80 kg de CO₂ por quilo de farinha, valores mais baixos do que os observados na Europa. Um dos motivos é o uso crescente de energia solar na moagem, além da eficiência do cultivo de sequeiro, que dispensa irrigação e reduz o gasto energético.

Os resultados confirmam o que muitos produtores já percebem no dia a dia: produzir bem e cuidar do meio ambiente podem andar juntos. Segundo a Embrapa, o estudo vai servir de base para novos modelos de produção sustentável, não só no trigo, mas também em outras cadeias ligadas a ele, como a de carne e de biocombustíveis.

A ideia é que o Brasil avance cada vez mais na agricultura de baixo carbono, usando práticas que mantenham a produtividade e, ao mesmo tempo, diminuam o impacto sobre o clima.

Em resumo, o produtor que investe em manejo eficiente, adubação racional e tecnologia está não apenas reduzindo custos e aumentando o lucro — está também ajudando o país a se consolidar como referência mundial em produção limpa e sustentável.

Fonte: Pensar Agro

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Presidente Donald Trump finalmente reduz tarifaço, mas só em 10% e frustra expectativas

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O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou nesta sexta-feira (14.11), a redução de 10% na tarifa sobre produtos agrícolas brasileiros, atingindo itens como carne bovina, café, frutas tropicais e açaí. A decisão, que chega após muitas expectativas e negociações truncadas, foi recebida com alívio pelos produtores, mas considerada insuficiente diante do forte impacto das medidas anteriores, com taxas de o50% – a maior do planeta.

Na prática, produtos como a carne bovina e o café seguirão pagando taxas elevadas para acessar o mercado norte-americano. Antes da mudança, a sobretaxa acumulada chegava a 50% (combinando a tarifa base de 10% e a adicional de 40% do Artigo 301). Com a redução de apenas 10%, o custo segue alto: a carne bovina, por exemplo, fica sujeita à cobrança de cerca de 40%. Para exportadores, o efeito prático é limitado e ainda não devolve plena competitividade ao Brasil nos Estados Unidos.

A Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carnes (Abiec) reconheceu o avanço, mas destacou que as expectativas do setor eram por uma remoção mais ampla das barreiras tarifárias. O Conselho dos Exportadores de Café do Brasil (Cecafé) também aguarda definições sobre qual tarifa foi afetada pela ordem executiva, mas celebra qualquer avanço após um período marcado por incertezas e custos elevados.

Embora o setor considere positivo qualquer sinal de abertura, o anúncio de Trump ficou abaixo das expectativas do mercado. Exportadores, cooperativas e produtores seguem atentos ao desdobramento das negociações, em busca de condições mais justas para competir no principal mercado consumidor do mundo.

Fonte: Pensar Agro

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Supremo analisa liminar que travou ações judiciais e administrativas contra a Moratória

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O Supremo Tribunal Federal (STF) voltou nesta sexta-feira (14.11), a analisar no plenário virtual a liminar que suspendeu todos os processos envolvendo a Moratória da Soja. A medida, concedida pelo ministro Flávio Dino, trava ações judiciais e administrativas ligadas à Lei nº 12.709/2024, aprovada em Mato Grosso, que impede concessão de incentivos fiscais ou terras públicas a empresas assinantes desse acordo ambiental.

A Moratória da Soja determina que empresas participantes não compram grãos de áreas desmatadas após 22 de julho de 2008, conforme o Código Florestal. A recente lei estadual, agora suspensa por decisão do STF, buscava restringir benefícios a essas tradings, mas gerou contestação de partidos e entidades no âmbito da ADI 7774.

A liminar também travou investigações em órgãos como o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), que havia aberto inquérito contra 15 executivos e dirigentes do agronegócio por suposto cartel relacionado ao pacto da soja.

O julgamento do STF segue até o próximo dia 25. Caso os ministros mantenham a decisão provisória, os processos ficam paralisados até o desfecho da ação direta de inconstitucionalidade. O tema mobiliza o setor rural, operadores jurídicos e ambientalistas interessados nos desdobramentos judiciais da moratória.

Fonte: Pensar Agro

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